O ecossistema manguezal sofre por anos, com diversas práticas degradantes que impactam diretamente espécies e comunidades tradicionais. No Estado do Rio de Janeiro, a redução de áreas de manguezais é resultado da supressão da vegetação pela ocupação urbana que o litoral enfrentou ao longo de sua expansão territorial. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento da dinâmica espaço-temporal de manguezais do Estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 1985 e 2020. Os manguezais da Baía da Ilha Grande, de Sepetiba e de Guanabara, foram analisados, a fim de demonstrar a variação da cobertura dos maiores remanescentes de mangue do Estado. As análises foram realizadas através do programa QGIS 3.18.3 e imagens do complemento da plataforma MapBiomas Collection 6.0 referente aos anos de 1985, 1992, 2011 e 2020, derivadas dos satélites LANDSAT. Os mapas gerados foram validados com o auxílio do Google Earth e comparados com outras metodologias de mapeamento de manguezais. De acordo com o estudo o Rio de Janeiro apresentou um aumento significativo de 40% ou 3.090 hectares, do ano de 1985 a 2020, cuja área de mangue passou de 7.543 ha a 10.606 ha nesses 35 anos. Outro resultado obtido foi que os municípios de Niterói e Quissamã no primeiro ano de monitoramento não apresentavam nenhuma área de mangue, em 2020 possuíam 15,01 ha e 0,41 ha, respectivamente. Diante do exposto é possível concluir que o aumento da cobertura de mangue coincide com a data de criação das áreas de proteção, comprovando a importância de unidades de conservação, em áreas metropolitanas, para a manutenção dos ecossistemas, assim como os programas de restauração destes ecossistemas.