Descrição:
Introdução: Resultante de dados apontados na pesquisa: O desafio de ensinar a leitura e a escrita no contexto do ensino fundamental de nove anos , este trabalho investigativo intitulado Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental: análise do acompanhamento da aprendizagem discente com foco na avaliação diagnóstica, objetiva analisar como se dá o processo de acompanhamento da aprendizagem das crianças da Educação Infantil ao primeiro ano do ensino fundamental na escola pública.
Procedimentos metodológicos: Diagnosticaremos como os registros da aprendizagem das crianças estão se consolidando nas escolas públicas, da Educação Infantil ao 1º ano do ensino fundamental, identificando critérios/instrumentos utilizados no processo de elaboração dos mesmos. Pretendemos ainda, juntamente com os docentes inseridos nesta pesquisa, elaborarmos critérios e fichas diagnósticas mais completas no intuito de redimensionamentos na prática de registro acerca da aprendizagem dos alunos, contribuindo para que a dobradiça entre a Educação Infantil e o primeiro ano do ensino fundamental, de fato, se consolide tendo como pano de fundo uma avaliação contínua dos avanços e recuos dos alunos nesse processo. Procedimentos metodológicos:
Este trabalho será realizado em três escolas da rede pública de ensino de municípios diferentes – Pau dos Ferros, Rafael Fernandes e Água Nova, em turmas de Educação Infantil em 2016 e no 1º ano em 2017, com foco nos alunos acompanhados no ano anterior e seus respectivos professores. Para tanto, será feito uso de uma pesquisa de caráter qualitativa que incluirá estudos bibliográficos a partir de autores como Havelock (1995); Belintane (2008, 2010, 2011 e 2013); Brasil (2013); Costa (2015); Fonseca (2015) e Hoffmann (2013). Serão feitas análises de registros da prática avaliativa docente, estudos comparativos de crianças em suas fases iniciais de alfabetização no decorrer de um mesmo ano letivo e em níveis diferentes de ensino e elaboração de relatórios acerca dos casos analisados. As análises dos dados terão como fundamento teórico estudos de pesquisadores como De Lemos (2002) que exploram a concepção de escuta do equívoco, numa tríade que reúne estudos entre educação, linguística e psicanálise a partir de autores acima mencionados, que trazem contribuições significativas para a alfabetização. O trabalho aqui apresentado culminará com a elaboração de critérios, fichas diagnósticas acerca do processo de aprendizagem das crianças em fase de alfabetização, junto aos profissionais da educação básica - professores, supervisores, coordenadores pedagógicos e gestores que culmine em uma prática coletiva de avaliação.
Problematização/Justificativa do tema: Ao pretendermos investigar demandas reais no contexto da Educação Infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, fazemos alusão às políticas de acesso à educação, no cenário brasileiro, de inserção em políticas já desenvolvidas nos países europeus e na maioria dos países da América Latina e do Caribe, edificadas sob a ótica da inclusão de crianças na escolarização obrigatória. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNESCO, somente em quatro países – El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Brasil –, o início da escolaridade obrigatória dava-se aos sete anos de idade. Essa inserção se caracteriza como um avanço político de acesso à educação por parte das crianças oriundas das classes menos favorecidas, através da Lei n. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que foca a obrigatoriedade do ensino fundamental de nove anos. Tal reorganização no contexto dos anos iniciais, objetiva:
a) Melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica;
b) Estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos alcançando maior nível de escolaridade;
c) Assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento (BRASIL, 2013).
Nesse contexto de reformas educacionais, em que a entrada da criança nos anos iniciais se dá um ano mais cedo, na perspectiva de “[...] um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento” (BRASIL, 2013), alguns pesquisadores discutem a “dobradiça ” necessária entre a Educação Infantil e o primeiro ano do ensino fundamental (BELINTANE 2011 e 2013), considerando a necessidade de vínculos entre esses níveis que conseqüentemente, implicarão em compreensões mais aprofundadas e práticas avaliativas qualitativas e condizentes com a idéia de continuidade da aprendizagem infantil. No cotidiano das escolas públicas, muito ainda precisa ser feito para que aconteçam mudanças significativas nas práticas avaliativas docentes, que atendam às exigências da obrigatoriedade do ensino fundamental de nove anos. Essas demandas se desdobram na necessidade tanto de registros acerca da aprendizagem das crianças (FONSECA, 2015; HOFFMANN, 2013), quanto na precisão da emergência de diagnósticos mais aprofundados e detalhados que informem acerca da aprendizagem dos alunos (COSTA, 2015), o que impulsionou a elaboração desta pesquisa, que visa contribuir tanto para a prática pedagógica do professor que lecionará no ano seguinte com o aluno, como no decorrer de um mesmo ano letivo.
Analisaremos ainda, impactos do Projeto Desafios na Escola Municipal Profa. Nila Rêgo, locus da pesquisa no período de 2011 a 2014 que tratava da dobradiça entre a Educação Infantil e os anos iniciais, bem como, incorporaremos aos registros já elaborados pelos professores que lecionam nessas etapas de ensino, concepções acerca da oralidade abordada por Belintane como “[...] as narrativas míticas, de encantamento, de aventuras e outras, que instigam o desejo de continuar a saber, aliadas aos gêneros da infância e da tradição oral” (BELINTANE, 2011, p. 158), também apontadas por Havelock (1995) como necessária na iniciação escolar das crianças. Tal incorporação faz-se necessária por já termos identificado através de Costa (2015), que os diagnósticos de oralidade pouco espaço possuem nas práticas avaliativas docentes, a existência destes tem se estendido à compreensão da fala cotidiana como sinônimo dessa oralidade.
A opção por abrangermos escolas da rede municipal de ensino resulta da necessidade de debatermos a oralidade compreendida por Belintane (2011), já analisada em escolas que já se constituíram lócus da pesquisa Desafios. Optamos ainda por essa rede, por ser locus de atuação profissional e de estágio supervisionado dos alunos do curso de Pedagogia do DE/ CAMEAM/UERN que sinalizam a necessidade da universidade estabelecer parcerias com as redes municipais quanto aos projetos voltados ao ensino nos anos iniciais. Nesse sentido, esperamos contribuir, de forma significativa para o ensino no contexto dos anos iniciais e conseqüentemente, apontarmos possibilidades de registros docentes mais detalhados que informem sobre fragilidades e êxitos na aprendizagem das crianças. Perspectivas de repercussões/impactos para o ensino: Na perspectiva de preenchermos uma lacuna no processo inicial da alfabetização infantil que resulte em processos de aprendizagens melhor compreendidos, bem como, contribuirmos para discussões no campo da formação docente acerca do registro da aprendizagem, elaboramos esse trabalho investigativo. Deste, resultarão produções profícuas no campo acadêmico tanto por parte dos pesquisadores/professores do Departamento de Educação do CAMEAM/UERN e alunos participantes do Programa de Pós Graduação em Ensino – PPGE, do Departamento de Educação, do CAMEAM, da UERN, atendendo às demandas reais ligadas ao ensino na região do alto oeste potiguar, já diagnosticadas, quanto dos profissionais da educação envolvidos que visam redimensionar suas práticas no cotidiano da educação básica. Resultados qualitativos já são sentidos no próprio desenvolvimento da pesquisa, na fase em que estamos, desdobrada em momentos de elaboração de artigos, proposição de minicursos e socialização de resultados em eventos como a VI SETEPE – Semana de Educação, Teorias e Práticas Educativas, do Departamento de Educação, do CAMEAM/UERN.