Programa:

Arquitetura e Urbanismo (15001016063P4)

Nome:

Subsídios para a produção do "urbano natural' na Amazônia: leituras sociespaciais e socioambientais dos processos de urbanização em curso na Amazônia

Data de Ínicio:

01/03/2016

Natureza do Projeto:

PESQUISA

Situação do Projeto:

CONCLUÍDO

Descrição:

Esta pesquisa dá prosseguimento às investigações sobre o urbano e as cidades amazônicas realizadas no âmbito dos projetos anteriores e mantém a diretriz de produção de uma utopia para a constituição não apenas de uma civilização da floresta, mas de uma reconciliação entre cidade e natureza, oportuna para a cidade Amazônica, mas também inspiradora para a cidade brasileira. Essa discussão é mais explícita no contexto amazônico por diversas razões, dentre elas, destaca-se nesta proposta a exuberância do bioma, o padrão de urbanização disperso com aglomerações de pequeno porte, decorrente do isolamento histórico da região, e a divisão social do trabalho estabelecida no país, após a integração da Amazônia ao restante do território nacional por rodovias e projetos federais, que gerou forte tensão entre modos de vida tradicional e as práticas introduzidas pela dinâmica industrial-urbana. Na Amazônia a abordagem geopolítica, baseada em estratégias de desenvolvimento associadas à exploração de recursos naturais demandados pelo mercado global, fomentou metamorfoses no processo de urbanização da região. Manteve o padrão colonial de fronteira de exploração, associado à condição de periferia do capitalismo, e introduziu a tomada de decisão em políticas públicas pelo governo federal a partir da escala regional, segundo a perspectiva desenvolvimentista prevalecente desde a industrialização do país. Como a transposição de escalas não é algo trivial, e requer a mediação entre ferramentas de análise, tal percurso causou inúmeras invisibilidades de atores e processos atuantes/manifestos em escalas locais, considerados insignificantes na escala macro, mas já reconhecidos como fundamentais para a construção socioambiental e espacial do ambiente amazônico. Esse efeito colateral é decorrente da expectativa da homogeneização da sociedade urbano industrial (capitalista), que não admite a diversidade, e almeja a igualdade e a assemelhação, mesmo que seja apenas para e pelo consumo. Se por um lado o urbano extrapola a cidade e se estende intensiva e extensivamente por todo um tecido urbano (território, área de influência), que cada vez mais se unifica pelo consumo, também viabiliza a vida coletiva e oferece condições para a emancipação social e produção de múltiplas novas centralidades capazes de politizar a vida e possibilitar a construção de genuína cidadania. Na Amazônia Oriental a ocupação do território se dá por inúmeras aglomerações dispersas em meio a cidades tradicionais, essas últimas reposicionadas na rede urbana devido à sua proximidade a grandes projetos, transformando-se em pontos de apoio para metrópoles nacionais e globais, constituindo um laboratório em que duas trajetórias de urbanização ainda concorrem, uma de base mercantil extrativista e outra de base industrial-moderna gerando oportunidade para a produção de novas tipologias e arranjos socioespaciais alinhados à utopia do urbano natural.