• Portal do Governo Brasileiro

Plataforma Sucupira

Dados do Projeto de Pesquisa

Ensino (23002018009P9)
Didática, mundos da vida e Educação Básica no semiárido nordestino
01/01/2018
PESQUISA
CONCLUÍDO
Introdução. A sociedade em sentido amplo pode ser compreendida como mundo da vida e mundo do sistema, estando estruturada, respectivamente, de um lado, pela cultura, sociedade e personalidade e, de outro, pelo mercado e o poder político (HABERMAS, 1990, 2003, 2012). Neste contexto, a educação é um campo social em que esses dois mundos se encontram dialeticamente relacionados (BANNELL, 2013), são, portanto, contraditoriamente solidários. A escola, porém, sofre processos de colonização sistêmica (HABERMAS, 1990, 2012; BOUFLEUER, 1998; CASAGRANDE, 2009) com a imposição de regras do agir instrumental, técnico, sobre as ações comunicativas intersubjetivas das comunidades de comunicação que formam o mundo da vida escolar. Problematização/justificativa do tema. Deste modo, os alunos que entram nos cursos de licenciatura chegam, em grande medida, com inúmeras deficiências de aprendizagem, notadamente na capacidade de leitura e interpretação das representações humanas e sociais sobre o mundo objetivo de nossas tradições culturais; na obtenção de entendimento e consenso sobre questões morais-práticas em nosso mundo intersubjetivo das normas, das convenções e das leis sociais; e na fragilidade da construção de suas personalidades no mundo subjetivo de formação de identidades e subjetividades pessoais. São sintomas de um ensino tradicional focado nos conteúdos disciplinares, no que se pode chamar de “transmissão do saber cultural válido” (HABERMAS, 2012), que, em ato na escola, está simbolizado nos conhecimentos selecionados pelos currículos escolares e expresso nos livros didáticos ensinados através do uso não comunicativo da fala, em “ações didáticas instrumentais” e “ações didáticas estratégicas” do professor (MUHL, 2011). Após 1970, assistiu-se, no Brasil, a um movimento de renovação crítica nas ciências sociais e humanas e, por conseguinte, nas disciplinas escolares. A Geografia enquanto campo do saber científico e disciplinar escolar não ficou à parte desse movimento de renovação (SANTOS, 1982, 1985, 2002; OLIVEIRA, 1994; PENTEADO, 1994; PONTUSCHKA, PAGANELLI, CACETE, 2009; CARNEIRO, 2011; KIMURA, 2011; CASTELLAR, 2014). Na década de 1990 em diante, novos movimentos de renovação tomam força, especialmente no âmbito educacional e escolar. Neste percurso, segue-se a “virada linguística” (HABERMAS, 2012), ainda incompleta na teoria social e no mundo da vida educacional, para o uso comunicativo da fala em sala de aula, para a busca do diálogo constante entre os atores sociais da escola, particularmente para a construção do conhecimento, em forma de uma didática democrática do ensino e da aprendizagem entre professores e alunos (BRASIL, 1997; ZABALA, 1998; COLL, 2001). Neste sentido, justifica-se a realização de pesquisa acerca do perfil das didáticas das ciências sociais e humanas, com destaque para a Geografia na educação básica, tomando por base empírica alguns espaços e escolas de redes públicas de ensino da região semiárida do Nordeste brasileiro. A temática, por sua complexidade, exige investigar em várias frentes, trata-se, assim, de um projeto de longo prazo. Logo, parte-se dos seguintes questionamentos: A geografia que se ensina nas escolas públicas, e as demais disciplinas das ciências humanas e sociais, pode ser concebida na perspectiva renovada da teoria social crítica, em voga no Brasil há mais de 40 anos? Em que medida a didática da Geografia, e a das demais disciplinas, operou uma virada linguística no ensino dos conteúdos? Quais os elementos discursivos-chave das didáticas praticadas pelos professores/as em sala de aula? De que modo estes discursos reforçam o processo de colonização ou de descolonização do mundo da vida? Portanto, em que medida as didáticas em ação contribuem para a formação cidadã, para a construção de personalidades que são capazes de orientar suas ações por princípios éticos e morais universais? Objetivos. Geral: Explicar e compreender o perfil da didática de Geografia, e a das ciências sociais e humanas na educação básica pública, associado à pedagogia crítica. Específicos: (1) Caracterizar o perfil teórico e metodológico dos docentes; (2) Compreender a ordem do discurso tradicional como também crítico dos professores em sala de aula em relação a temáticas-chave da geografia e de outras disciplinas; (3) Registrar e analisar as diferentes ações de ensino e aprendizagem associadas aos temas próprios do mundo da vida cotidiano; (4) Identificar as formas de utilização das tecnologias educacionais como mediadoras das ações didáticas docentes; (5) Analisar as normas sociais da escola e da sociedade que regulam as ações docentes; (6) Identificar e analisar a aprendizagem de conteúdos em termos de competências, consoante a BNCC. (7) Identificar elementos da educação geográfica para a formação humana associada ao desenvolvimento da cidadania espacial. Aspectos metodológicos da pesquisa. A metodologia empregada considera a pesquisa mista (CRESWELL, 2010) com a abordagem etnográfica (GERRTZ, 1989, ANGROSINO, 2009, ANDRÉ, 2008, BRANDÃO, 1995), particularmente na Geografia com a geoetnografia (SOUZA, 2013), baseando-se na perspectiva metodológica dialética habermasiana das mudanças de perspectivas da terceira pessoa (ciência positivista) ou do observador objetivo para a da primeira pessoa (ciência compreensiva) do convívio do pesquisador com a investigada. Serão enviados, para as escolas a serem selecionadas, questionários online, a fim de obter dados quantitativos para posteriores análises. Como amostra de pesquisa, acompanharemos, de forma sistemática, as aulas e o cotidiano escolar de professores e professoras considerando o intervalo de quatro (4) a oito (8) escolas da rede pública. Em cada caso, serão escolhidas como amostragem uma (1) escola do ensino fundamental com os melhores IDEB e uma (1) com os piores, bem como uma (1) escola do ensino médio com melhor avaliação e uma (1) com a pior avaliação, a partir de indicação pelas diretorias de educação. Perspectiva de Repercussão/Impactos/Aplicação no ensino. a) Fortalecimento de parcerias Universidade-Escolas Públicas da região; b) Produção de conhecimento original sobre o tema e contribuição para as políticas públicas na área de ensino. c) Possibilidade de capacitação aos professores de geografia da educação básica; d) Subprojetos vinculados: Trabalhos de conclusão de curso; projetos PIBIC; PIBID.

Histórico de Linhas de Pesquisa

Linha de Pesquisa Área de Concentração Data de Início
ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS EDUCAÇÃO BÁSICA 01/01/2018

Equipe

Financiadores

Nome Natureza do Financiamento Início Fim
FUND COORD DE APERFEICOAMENTO DE PESSOAL DE NIVEL SUP - (Programa de Demanda Social) BOLSA 01/04/2018 01/12/2020
Plataforma Sucupira
Capes UFRN RNP
  • Compatibilidade
  • . . .
  • Versão do sistema: 3.85.15
  • Copyright 2022 Capes. Todos os direitos reservados.

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies.Se você concorda, clique em ACEITO.

Politica de Cookies

O que são cookies?

Cookies são arquivos salvos em seu computador, tablet ou telefone quando você visita um site.Usamos os cookies necessários para fazer o site funcionar da melhor forma possível e sempre aprimorar os nossos serviços. Alguns cookies são classificados como necessários e permitem a funcionalidade central, como segurança, gerenciamento de rede e acessibilidade. Estes cookies podem ser coletados e armazenados assim que você inicia sua navegação ou quando usa algum recurso que os requer.

Cookies Primários

Alguns cookies serão colocados em seu dispositivo diretamente pelo nosso site - são conhecidos como cookies primários. Eles são essenciais para você navegar no site e usar seus recursos.
Temporários
Nós utilizamos cookies de sessão. Eles são temporários e expiram quando você fecha o navegador ou quando a sessão termina.
Finalidade
Estabelecer controle de idioma e segurança ao tempo da sessão.

Cookies de Terceiros

Outros cookies são colocados no seu dispositivo não pelo site que você está visitando, mas por terceiros, como, por exemplo, os sistemas analíticos.
Temporários
Nós utilizamos cookies de sessão. Eles são temporários e expiram quando você fecha o navegador ou quando a sessão termina.
Finalidade
Coletam informações sobre como você usa o site, como as páginas que você visitou e os links em que clicou. Nenhuma dessas informações pode ser usada para identificá-lo. Seu único objetivo é possibilitar análises e melhorar as funções do site.

Você pode desabilitá-los alterando as configurações do seu navegador, mas saiba que isso pode afetar o funcionamento do site.

Chrome

Firefox

Microsoft Edge

Internet Explorer