Os estudos de análise estrutural da cobertura pedológica têm possibilitado um avanço na pesquisa em solos, principalmente no que diz respeito à gênese, diagnose e prognose de processos ambientais. A bacia hidrográfica do rio Pirapó tem sido objeto de estudo de diversas pesquisas e, para contribuir com a compreensão do funcionamento e dinâmica da paisagem desta área, esta investigação tem como objetos os sistemas pedológicos representativos do compartimento basáltico. Para tanto, tem por objetivo geral analisar a evolução da cobertura pedológica do compartimento basáltico da bacia hidrográfica do rio Pirapó através de estudo por topossequências. Para esse estudo foram selecionadas três vertentes: Topossequência de solos Dourados, localizada no município de Cambira; Topossequência de solos Belém, localizada no município de Mandaguari e Topossequência de solos Romeira, localizada no município de Maringá. Esta tese tem ainda como objetivos específicos: efetuar o levantamento e estudo das vertentes características e dos sistemas pedológicos associados; caracterizar as organizações macro e micromorfológicas dos sistemas pedológicos; compreender as transformações verticais e laterais que ocorrem na cobertura pedológica, assim como a dinâmica da circulação hídrica e transporte de materiais em superfície e subsuperfície dos sistemas pedológicos estudados e, por fim, compreender a formação e evolução dos solos do compartimento basáltico da bacia do rio Pirapó. Quanto aos materiais e métodos utilizados, foi realizada a Análise Bidimensional da Cobertura Pedológica, descrição da morfologia dos solos (macro e micromorfologia), além de análises físicas, hídricas e químicas dos solos. Para a elaboração das figuras e produtos cartográficos foram utilizados os softwares Excel, Corel Draw, AutoCAD, Surfer e ArcGis. Realizou-se a análise interpretativa da relação entre os sistemas pedológicos e desses com a paisagem. Como principais considerações tem-se que os solos do compartimento basáltico estão organizados em sistemas pedológicos em diferentes estágios evolutivos e são representativos da diversidade de paisagens da área de estudo. Outro fator que influencia o desenvolvimento dos solos são os diferentes fluxos hídricos verticais e laterais (subsuperficiais e superficiais), inclusive com evidências micromorfológicas do processo de e-iluviação. A topossequência de solos Romeira possui solos mais evoluídos devido ao contexto geomorfológico, que está associado ao remanescente da superfície interplanaltica II; a topossequência de solos Belém possui a cobertura pedológica constituída por solos mais jovens, em um contexto geomorfológico de intenso desmantelamento da superfície interplanáltica III; já a topossequência de solos Dourados apresenta o terço superior da vertente com solos mais evoluídos associados à superfície de cimeira, enquanto os dois terços inferiores apresentam, também, solos mais jovens, associados a superfície interplanáltica III. O uso e manejo dos solos promoveram alterações estruturais e físico-químicas dos horizontes superficiais, enquanto o contexto geomorfológico influencia as transformações laterais Latossolo-Nitossolo e Nitossolo-Cambissolo/Chernossolo presentes nos sistemas pedológicos