Partindo do conceito de heterossexualidade compulsória, no qual todos estamos inseridos, falar sobre as lésbicas é representar uma contradição à ordem naturalizada de dominação masculina. A partir de uma análise histórica, esta dissertação busca compreender de que maneira os boletins do Chanacomchana contribuíram como referencial discursivo para a visibilidade e as vivências lésbicas nos anos de 1980. Tratou-se, primeiramente, de resgatar a trajetória do Galf e suas relações com o movimento homossexual e feminista, por terem impactado de maneira significativa a emancipação desse grupo lésbico. Posteriormente, foi realizado um levantamento epistemológico a partir de boletins para compreender como as produções feministas e lésbicas influenciaram as publicações. Por fim, tratou-se de evidenciar como essas fontes contribuíram para transgredir um modelo de sexualidade, formando uma rede que rompe com a solidão e revelando como essas mulheres lutaram por seus espaços e como as suas narrativas construíram identidades e as transformaram em sujeitos com direito à fala e à escuta