O presente estudo trata-se de uma pesquisa empírica qualitativa que visa compreender o processo de tomada de decisão médica. Sua elaboração justifica-se pela contribuição que se pretende oferecer ao referencial teórico escasso existente e pela possibilidade de fomentar novos estudos que visem discutir a prática médica. Essa pesquisa tem por objetivo investigar quais aspectos influenciam na tomada de decisão médica; discutir cuidados paliativos como uma possibilidade de intervenção em doenças potencialmente fatais; verificar a formação médica para o exercício dos cuidados paliativos. A coleta de dados foi viabilizada por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado com quinze médicos. Para o tratamento dos dados utilizou-se a Análise de Conteúdo de Bardin, um conjunto de técnicas de investigação científica que tem como objetivo a descrição do conteúdo dos discursos por meio da sua categorização. Os resultados apontaram para o reconhecimento da necessidade da incorporação de temáticas relativas à humanização na formação médica. No que diz respeito às intervenções, frente a doenças ameaçadoras da vida e consequentemente o contato direto com paciente e seus familiares, ressalta-se que o trabalho deve ser adequado às situações, pois há necessidade de um olhar individualizado, frente a possíveis reações que são diferentes na mesma patologia. Sobre o prolongamento da vida de um paciente sem expectativa de cura, os posicionamentos concentraram-se basicamente entre o princípio da autonomia. Em relação aos cuidados paliativos ainda há resquícios da ideia de que o paciente é encaminhado quando não se tem mais o que fazer por ele. Apontou-se a importância da prática e a tentativa de incorporação da mesma, em práticas individuais dos entrevistados.