A educação em saúde é um campo de atuação profissional com a consolidação de práticas voltadas para indivíduos e coletividades, em uma perspectiva multidisciplinar articulada com os diversos atores sociais. O estudo objetivou analisar a educação em saúde a partir da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), no Município de São Miguel/RN. Os objetivos específicos, buscou compreender as evidências científicas sobre Territorialização, Mulher/Gênero, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e educação em saúde; identificar como se organiza à educação em saúde a partir das ações previstas nos Planos Estadual e Municipal de Saúde quanto a PNAISM; descrever a educação em saúde no território e caracterizar a população de mulheres no tocante a indicadores de saúde no Município de São Miguel/RN. Trata-se de uma pesquisa descritiva e documental, com abordagem quanti-qualitativa. Participaram da amostra 25 profissionais que atuam em cinco (05) equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF). Para a coleta de dados secundários, utilizou-se os bancos do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB/e-SUS APS) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os resultados apontam que no Plano Estadual e Municipal de Saúde prevê ações de educação em saúde quanto a PNAISM. Quanto à educação em saúde no território, identificamos que concentram-se nos serviços de assistência à mulher em idade reprodutiva, destacando os cuidados às consultas e ao pré-natal, às gestantes, exames preventivos (ginecológico), orientação ao planejamento familiar, rastreamento do câncer de mama e colo do útero, distribuição de contraceptivos, realização de mamografia, orientações de controle a diabetes e hipertensão arterial, ou seja, prevenção e promoção da saúde através da educação em saúde para o público específico. A população de mulheres caracteriza-se quanto à morbidade a partir da sintomatologia do aparelho circulatório, as doenças gerais e não-específicas, psicológicas, endócrinas/metabólicas e as condições referentes a gravidez e ao planejamento familiar. Sendo mais prevalentes as patologias: hipertensão arterial elevada, fator de risco para doença cardiovascular, dor generalizada, tristeza/sensação de depressão, distúrbio ansioso, diabetes, gravidez e outros problemas da gravidez/parto. Quanto a mortalidade, são as doenças do aparelho circulatório, as demais são por doenças respiratórias, neoplasias, doenças do aparelho digestivo e algumas enfermidades infecciosas e parasitárias. O coeficiente de óbitos foram por doenças hipertensivas e cerebrovasculares, infecções agudas das vias aéreas inferiores, neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos, da mama, do aparelho respiratório e órgãos intratorácicos, doenças do intestino e outras do aparelho digestivo, doenças infecciosas intestinais e bacterianas. Conclui-se, do ponto de vista das relações de gênero, que os dados colhidos não nos permitem afirmações conclusivas, mas nos remetem a reflexões, considerando as vivências impostas pela cultura patriarcal, com influência na determinação dos processos de saúde-doença. Ou seja, na atenção básica, não configura-se mais como causa principal das condições relativas aos atendimentos sobre as questões reprodutivas e sexuais. Significa que as mulheres têm alçado voos mais promissores no campo social, político e profissional. Com isso, a educação deve ser um ato coletivo, libertador e não impositivo. Assim, sugere-se a consolidação de práticas voltadas para indivíduos e coletividades, em uma perspectiva de trabalho multidisciplinar, integrado em redes, articuladas entre os diversos atores sociais.