A presente dissertação partilha uma investigação que teve como objetivo discutir os saberes e conhecimentos que são tecidos no ambiente escolar a partir das relações construídas no espaço de Educação Infantil entre professoras e crianças para além do que dizem os documentos sobre currículo e formação docente, desinvisibilizando as vivências práticas do cotidiano. A pergunta que norteia este trabalho indaga sobre as experiências dos cotidianos das professoras e das crianças nas quais percebemos o transbordamento de saberes e conhecimentos para além do que é planejado e previsto e os espaçostemposde formação das docentes. Esta investigação é tecida por meio de uma pesquisa narrativa (CLANDININ; CONNELLY, 2015), tendo como referencial teórico epistemológico as contribuições das pesquisas com os cotidianos de (ALVES, 2003) e (OLIVEIRA, 2012), a interlocução com as discussões de (SANTOS, 2002) para pensar sobre modernidade e ciência e como aporte metodológico (REIS, 2014) e (BRAGANÇA, 2012) entre outros autores que dialogaram com essa pesquisa. Desse modo, a investigação mergulha em narrativas docentes e elege a conversa como procedimento metodológico. Esta prática buscou tornar visíveis as narrativas das professoras que, ao narrarem, assumem uma postura reflexiva e (re)vivem experiências e histórias de seus saberesfazeres. Ao trabalhar com as experiências narradas pelas professoras, estas configuraram um componente potente de compreensão dos processos formativos e da constituição dos saberes docentes. Portanto, busca compreender os caminhos tecidos em seus processos formativos e de que forma criam currículos para além dos documentos curriculares.