Esta dissertação origina-se da pesquisa realizada no mestrado por meio de conversas com educadores populares de um movimento social de educação popular que atuam em unidades de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas. O texto discute a proposta de educação a partir das relações entre educadores populares e alunos privados de liberdade que tecem o espaço de unidades de internação do sistema socioeducativo do Estado do Rio de Janeiro. A pergunta que norteia este trabalho indaga sobre as práticas e formas de atuação a partir das experiências dos cotidianos dos educadores populares no espaço de socioeducação. A pesquisa desenvolve-se a partir de uma metodologia política que envolve as pesquisas nosdoscom os cotidianos, pois entendo a necessidade de mergulhar no espaçotempo a ser pesquisado (ALVES, 2001), além das conversas com educadores populares desse espaço, pesquisa bibliográfica e análise das políticas públicas que envolvem a criação de espaços institucionalizados de socioeducação. Desse modo, a pesquisa mergulha nas narrativas de educadores populares e tem a conversa como procedimento metodológico. Como referencial teórico para a discussão sobre o espaçotempo pesquisado, trago Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos e Aníbal Quijano. Estes autores farão parte da conversa tecida com os educadores populares e eu, pensando que os sujeitos envolvidos no processo vivem um apagamento que insibiliza suas vidas e práticas.