A presente dissertação foi dividida em dois estudos de acordo com os seus objetivos. No estudo 1, analisaram-se quantitativamente dados bibliométricos, metodológicos e resultados de estudos observacionais que investigaram associações entre alterações ósseas e níveis baixos de vitamina D (VD) em crianças saudáveis. No estudo 2, avaliou-se a dimensão fractal (DF) do trabeculado mandibular de crianças também saudáveis, a fim de se estabelecer um padrão arquitetônico e correlacioná-lo à densidade desse osso. O primeiro consistiu em uma revisão crítica e bibliométrica, em que dois pesquisadores realizaram buscas sistemáticas em 4 bases eletrônicas, sem restrição de ano e idioma. Países, palavras-chaves, autores, revistas, área de atuação (medicina, odontologia, nutrição), tipo de desfecho ósseo (fratura, qualidade óssea e medida antropométrica); meio de obtenção dos níveis de VD (sérico ou nutricional), tipo de exame de imagem realizado e resultados (associação positiva ou negativa) foram as variáveis analisadas no programa VantagePoint®. Dos 49 estudos incluídos, pode-se observar que o maior número de publicações advém dos EUA (n=13). ‘Bone density’ foi a palavra-chave mais prevalente quanto ao tema. Ryan LN e o Journal of Investigative Medicine foram, respectivamente, autora e periódico com o maior n° de publicações (n=3). Estudos transversais (n=24), casos-controles (n=14) e coorte (n=11) contemplaram as áreas da medicina e nutrição. Artigos sobre a qualidade óssea (n=27), obtido por absorciometria por raio-X de dupla energia (DXA, n=20), com associação positiva (n=31) aos níveis séricos baixos de VD (n=44) foram mais frequentes. O segundo estudo, do tipo transversal, estabeleceu um padrão arquitetônico para o trabeculado ósseo de crianças saudáveis e o correlacionou com a densidade óssea mandibular, por meio da análise da DF e cálculo da intensidade dos pixels (IP). Foram utilizadas imagens panorâmicas (n=50) de crianças com idade entre 6 e 9 anos. As análises da DF e IP ocorreram em três regiões de interesse (ROIs), selecionadas no lado direito das imagens, que foram divididas em dois grupos, de acordo com a idade: 8-9 e 6-7. Assim, duas ROIs (ROI1 e ROI2) foram medidas em osso medular e uma (ROI3) em osso cortical. As médias DF e IP foram comparadas entre os grupos para cada ROI, utilizando-se o teste t para amostras independentes e o modelo de equações de estimações generalizadas. Posteriormente, as médias obtidas foram correlacionadas pelo teste de Pearson. As médias de DF e IP, comparadas entre os grupos, não diferiram entre si para nenhuma das regiões mensuradas (p>0,00). Na comparação das médias obtidas entre as regiões de interesse, observaram-se que, no ramo da mandíbula (ROI1), as médias DF e IP foram 1,26±0,01 e 81,0±2,5, respectivamente. No ângulo da mandíbula (ROI2), as médias foram 1,21±0,02 (DF) e 72,8±2,1 (IP); e na cortical da mandíbula (ROI3) obtiveram-se os valores de DF=1,03±0,01 e IP=91,3±1,75. Não houve correlação entre DF e IP em nenhuma das ROIs (r<0,285). As médias da ROI1 e ROI2, quanto à DF, não diferiram entre si (p=0,053), mas ambas foram diferentes (p<0,00) da ROI3.Todos os valores de IP diferiram entre si (p<0,00). Conclui-se que existem muitos estudos na literatura científica reportando associações positivas entre alterações ósseas e níveis baixos de VD em crianças saudáveis, principalmente desenvolvidos nos EUA, utilizando o DXA como exame de imagem e sorologia para obtenção dos níveis de VD. Além disso, crianças de 6-9 anos, livres de doenças, apresentaram valores de DF que variaram entre 1,01 e 1,29 como padrão do trabeculado ósseo mandibular. Entretanto, tal padrão estabelecido não foi correlacionado com a densidade óssea apresentada.