Em meio à pandemia do coronavírus, o ensino a distância e um tipo híbrido de ensino domiciliar emergencial tornaram-se realidades imediatas e inesperadas no cotidiano dos estudantes brasileiros. Há projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados, tais como o Projeto de Lei no. 3.261/2015, ou o Projeto de Lei no. 2401/2019, e diversos outros que dispõem sobre o exercício do direto à educação domiciliar. Uma vez que mais de cinco mil famílias brasileiras e mais de 60 países já praticam o ensino domiciliar, a presente pesquisa tem por objetivo central analisar as possibilidades de formação integral oportunizadas pelas metodologias de ensino domiciliar – Charlotte Mason, Unschooling e Educação Clássica. Desta forma, o objeto de estudo da pesquisa são as metodologias de ensino domiciliar. O conceito de educação integral é bastante polissêmico, e, na presente pesquisa, são descritos diversos conceitos de educação integral. A partir da perspectiva de Henri Wallon, que entende o ser humano como composto de diversas dimensões, a pesquisa segue com o foco na integralidade do aluno. Doravante, a análise de cada metodologia é feita, para, então, sistematizar os dados a fim de identificar a metodologia de ensino domiciliar mais adequada ao açambarcamento da educação integral do aluno como um todo. Uma vez que o ensino domiciliar ainda não é legalizado no Brasil, obras de referência sobre os aspectos legais pertinentes envolvidos também são examinadas, assim como a Lei de Diretrizes e Bases, e da Constituição Federal, além de diversas Leis, Projetos de Lei e documentos como o Manifesto contra a regulamentação da educação domiciliar e em defesa do investimento nas escolas públicas e os documentos internacionais: Declaração Internacional dos Direitos Humanos, o Pacto de San José, o Pacto sobre os Direitos Civis e Políticos, dentre outros. Além disso, no que diz respeito à Educação Integral, o Texto Referência para o Debate Nacional do Ministério de Educação, o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, a Lei 10.172/2001, Programa mais educação passo a passo, e tantos outros, são documentos que foram selecionados e analisados de forma profunda, a fim de que os resultados fossem tratados. Além disso, as obras de Pestana (2014), Gadotti (2009), Maurício (2009), Coelho (2009) e outras foram analisadas. Vasconcelos (2005), Illich (1971) e Sayers (1947) são referências no assunto e foram consultadas. As referências fundamentais de cada metodologia também foram analisadas tais como os seis volumes da coleção de Mason (2020), o clássico do unschooling de Holt e Farenga (2017), e as principais referências da educação clássica em língua portuguesa, de Bluedorn (2016), de Bauer (2019), a Paideia de Jaeger (2003) e o trabalho de Montessori (2018). Como resultado, a pesquisa apresentou uma das três metodologias estudadas como forma bastante eficaz de alcance integral do aluno, para que, caso o ensino domiciliar seja legalizado, já haja um estudo prévio realizado que possa subsidiar e munir escolhas sobre metodologias a serem adotadas por órgãos competentes e famílias que optarem pela prática.