Nos últimos 5 (cinco) anos é possível perceber um crescimento exponencial da geração distribuída no Brasil, tendo como principal destaque as centrais geradoras da fonte solar fotovoltaica. A alta inserção dessa modalidade de geração está fortemente atrelada aos incentivos governamentais às fontes renováveis, sendo estas grandes contribuintes para a redução da emissão de gases poluentes. O Brasil iniciou o ano de 2021 com cerca de 4,798 GW de potência instalada de geração distribuída, o que representa cerca de 2,8% do parque gerador do Brasil - conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O objetivo deste trabalho é avaliar e quantificar os impactos econômico-financeiros, no resultado da Celesc Distribuição, e na tarifa aplicada a seus consumidores, devido à inserção da geração distribuída em conjunto com o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). As projeções de inserção de Microgeração e Minigeração Distribuída (MMGD), ao longo do período analisado, foram obtidas por meio do modelo de Bass (1969). Aplicou-se a metodologia apresentada em EPE (2020) para mensurar os montantes de energia gerada pelos adotantes de MMGD. A análise dos impactos econômico-financeiros consistiu basicamente em comparar os cenários com e sem Geração Distribuída (GD). Os resultados deixam clara a relação direta entre o aumento da potência instalada de MMGD, os aumentos da tarifa e da perda de receita da distribuidora. Os resultados da perda de receita da Celesc Distribuição não são desprezíveis. Mesmo que o aumento tarifário acumulado, até 2028, não chegue a 5%, os impactos à distribuidora precisam ser considerados. A perda acumulada no período, superior a 14% do Earnings Before Interest and Taxes (EBIT), traz impactos, não só aos acionistas, mas também à qualidade dos serviços prestados, pois pode afetar a capacidade de investimento da distribuidora.