As ondas gravitacionais fornecem informações sobre a natureza do espaço-tempo e
evidências da existência de buracos negros. O buraco negro resultante de uma fusão
de um binário de buracos negros emite ondas gravitacionais na forma de modos quasinormais, cujo espectro, que depende apenas das propriedades do mesmo, é conhecido
como as “digitais” do buraco negro. Os modos quasi-normais podem ser usados para
testar quão bem um buraco negro astrofísico pode ser descrito pela geometria de Kerr.
Cada modo é parametrizado por três índices: os números harmônicos (ℓ, m) e o índice n,
o qual indica o modo fundamental (n = 0) e os modos superiores (n = 1, 2, 3, . . .). A espectroscopia de buracos negros propõe utilizar o espectro de modos quasi-normais para
testar o teorema no-hair. Neste trabalho, investigamos as perspectivas de se realizar
espectroscopia de buracos negros. Por meio da análise de simulações de relatividade
numérica, investigamos a contribuição de modos subdominantes, além do modo dominante (2, 2, 0). Mostramos que o primeiro modo superior (2, 2, 1) tem amplitude maior
ou comparável com a amplitude dos outros modos harmônicos mais relevantes. Para detectores atuais e futuros, obtivemos os horizontes de espectroscopia de buracos negros,
que indicam a distância máxima em que um evento pode estar para que dois ou mais
modos sejam detectados. Para binários com razão entre as massas pequena, os modos
(2, 2, 1) e (3, 3, 0) são os modos secundário e terciário e, para o caso de razão entre as
massas grande, os modos (3, 3, 0) e (4, 4, 0) são os modos subdominantes mais relevantes
para detecção. Nosso trabalho indica que há boas perspectivas para a detecção de modos subdominantes com detectores futuros. As taxas de eventos para o LIGO são muito
menores, porém não são impeditivas.