O presente estudo trata-se da remoção de íons chumbo (II) em efluentes simulados, pela lignina Kraft, um resíduo gerado na indústria de papel e celulose. Os metais tóxicos, mesmo em baixas concentrações, quando atingem o meio ambiente podem provocar danos à fauna, à flora e à saúde humana. A contaminação de águas por diferentes metais tóxicos tem despertado grande preocupação porque são espécies químicas com elevada toxicidade. Sendo assim, remoções de metais tais como níquel II, cromo III, chumbo II e cádmio II em águas contaminadas utilizando resíduos derivados de biomassa estão sendo bastante estudadas. A lignina Kraft é um material gerado como resíduo no processo de fabricação do papel. Ligninas isoladas de diferentes materiais e seus derivados já demonstraram potencial para a remoção de íons tóxicos em águas. Nessa pesquisa, a análise da adsorção de chumbo II pela lignina Kraft foi realizada em batelada, variando os parâmetros pH, concentração de lignina, o tempo de contato, concentração do adsorvato e temperatura. Quando os parâmetros foram pH = 5,0, concentração do adsorvente = 2,5 mg L-1, tempo de agitação = 60 minutos, temperatura = 30º C e concentrações do adsorvato = 5 ppm e 10 ppm, os valores da eficiência de remoção foram 91,21% e 88,49%, respectivamente. Esses resultados indicam que a lignina Kraft sem modificações químicas tem potencial para remover baixas concentrações (aproximadamente 5 ppm) de íons chumbo II em águas contaminadas. Os dados cinéticos de adsorção foram avaliados e melhores ajustados para o modelo de pseudo-segunda ordem, com um coeficiente de correlação de 0,999 e maior proximidade entre a capacidade de adsorção teórica (6,43 mg g-1) e experimental. O modelo de isoterma que melhor representou o mecanismo de adsorção de íons Pb2+ pela lignina Kraft foi o de Langmuir linearizado e não linearizado.