Este trabalho aborda as ações voluntárias vivenciadas no Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE) Micaelense e a formação/autoformação de mediadores de leitura literária. Teve como objetivo, analisar as ações voluntárias desenvolvidas no Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE) Micaelense que refletem na formação e autoformação de mediadores de leitura literária. Para tanto, adotamos uma abordagem qualitativa dos dados coletados na pesquisa documental e de campo. Como instrumentos para construção dos dados
empíricos, utilizamos dois questionários, um aplicado junto a vice-diretora da escola, e outro, aplicado aos colaboradores da pesquisa, além de entrevista de grupo focal online. A investigação contou com oito (08) sujeitos de pesquisa que atuam voluntariamente no BALE Micaelense. Os dados foram tratados a partir da técnica
de análise de conteúdo na modalidade temática (MINAYO, 2014). Os achados da pesquisa apontam que os projetos/canteiros do Programa BALE em São Miguel contribuem para a formação/autoformação dos voluntários nos aspectos profissional, pessoal e leitora. Além disso, eles se constituem mediadores de leitura dentro do
programa a partir dos conhecimentos, práticas, experiências e aprendizagens que são adquiridas nas vivências em diferentes canteiros do BALE. As falas das voluntárias/participantes da pesquisa indicam que a atuação e experiência no Programa BALE tem contribuído significativamente para a formação e autoformação, enquanto mediadoras de leitura que são, pois, os canteiros/projetos do programa possibilitaram desenvolver as habilidades para contação de histórias, aprenderam novas estratégias de mediação de leitura, tornaram-se pessoas desinibidas,
perderam o medo e a vergonha de falar em público, sentiram-se motivadas a realizarem pós-graduação, cursos de formação, produções científicas como TCC, artigos e estágios na área da leitura literária, buscando sempre o aperfeiçoamento profissional e, sobretudo, desenvolverem o gosto pela leitura, o autocontrole e a
autoconfiança. Os resultados apontam, ainda, que as experiências e vivências nos canteiros do Programa BALE tem provocado uma autoformação que possibilitou mudanças significativas na vida das voluntárias/colaboradoras. Concluímos que o Programa BALE em São Miguel tem alcançado bons resultados no que tange à
formação e autoformação de mediadores de leitura literária, através das vivências nos canteiros que promovem diferentes ações de fomento à leitura e diversas estratégias de mediação literária desenvolvidas em espaços escolares e não escolares. As ações voluntárias desenvolvidas pelo Programa BALE também têm despertado nos mediadores o interesse e o gosto pela leitura de textos literários, repercutindo na formação leitora dos voluntários envolvidos. Além disso, os resultados aqui apresentados evidenciam o potencial do BALE, enquanto programa de extensão da UERN que exerce um importante papel na sociedade, no sentido de democratizar o acesso à leitura e promover a formação/autoformação de leitores e mediadores de leitura.