O Brasil desperdiça anualmente o equivalente a 12 bilhões de reais em alimentos, e estatísticas demonstram que cada pessoa desperdiça, em média, 150 gramas de alimentos por dia, totalizando ao final de um ano, 55 quilos por pessoa. As Unidades Institucionais de Alimentação e Nutrição (UANs) são estabelecimentos localizados em creches, empresas privadas, escolas e hospitais, onde é fixada a demanda de lanchonetes, nos quais atuam na produção e distribuição de refeições, com grande relevância pela quantidade de resíduos que são descartados. O presente estudo, objetiva coletar resíduos alimentares orgânicos gerados a partir de refeições de uma UAN, a fim de promover a produção de compostagem, permitindo verificar sua eficiência através do plantio de rabanetes. Com 250 kg de resíduos alimentares foram construídas duas pihas de compostagem, com e sem aeração facilitada. Ao fim de 31 dias, as pilhas apresentaram umidade de 20,06% e 21,76% e pH 7,56 e 8,06, respectivamente. Após 16 dias de experimento, as temperaturas máximas para as pilha 1 e 2 foram 55,2 °C e 64,4 °C, respectivamente. A pilha 1 que foi submetida ao sistema de aeração facilitada atingiu uma relação C/N igual a 10,42 em 7 dias de compostagem. A pilha 2 apresentou relação C/N de 10,42 após 32 dias de compostagem. O N total %, P2O3 total % e K2O % para os compostos obtidos foram 1,0, 3,5 e 0,9 respectivamente para a pilha 1 e 1,2, 1,0 e 1,1 respectivamente para a pilha 2. Após estabilização dos compostos, as compostagens produzidas foram aplicadas no cultivo de Raphanus sativus (rabante) em condições naturais, com 4 tratamentos diferentes: solo (T1), solo + fertilizante sintético (T2), solo + biocomposto com aeração facilitada ( T3) e solo + biocomposto sem aeração facilitada (T4), objetivando verificar a eficácia das compostagens. Foram analisadas as variáveis diâmetro do bulbo (DB), massa fresca do bulbo ( MFB), massa seca do bulbo (MSB), massa fresca das folhas (MFF) e massa seca das folhas ( MSF), nos tempos 12, 19, 26, 32 e 40 dias. O biocomposto (T4), apresentou resultados compatíveis aos resultados encontrados com o uso do fertilizante sintético (T2), mostrando sua eficiência. Ambos os biocompostos obtiveram resultados superiores quando comparados aos resultados encontrados no T1 (controle), evidenciando serem um alternativa importante e eficaz no aproveitamento de resíduos sólidos orgânicos.