O agente etiológico da paracoccidioidomicose (PCM) é o fungo termo-dimórfico
Paracoccidioides spp. (Pb). A PCM é uma micose sistêmica de maior prevalência no Brasil.
Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino que podem estar ligados com o
exercício de atividades rurais. Para compreender a interação deste fungo com o hospedeiro
estudos utilizaram o modelo experimental murino e foi possível classificar diversas linhagens
de camundongos infectados com Pb e os mecanismos que estão envolvidos na resposta imune
inflamatória granulomatosa. Vale ressaltar que, a presença de granulomas caracteriza está
micose. A expressão de citocinas e presença de anticorpos de vários isótipos nos locais de
lesões granulomatosas ainda são pouco estudadas. Portanto, neste estudo, visou verificar a
influência do tratamento através do estudo estereológico, pesquisa de anticorpos específicos
dos isótipos IgM, IgG, IgG1a, IgG2a, IgG2b, citocinas IL17, KC (IL8) e GM-CSF em
granulomas paracoccidioidomicóticos presentes nos órgãos de camundongos infectados com
P. brasiliensis e tratados e não tratados com Itraconazol (antifúngico) e Celecoxibe (anti-
inflamatório). Para isto, foi considerado ainda que, os tratamentos disponíveis são limitados
nos dias atuais e o estudo de novas alternativas pode auxiliar a compreensão dos mecanismos
de defesa e os processos inflamatórios agudos ou crônicos atuantes na PCM. Sendo assim,
foram utilizados camundongos suíços infectados com a cepa virulenta Pb18 do P. brasiliensis.
Realizou-se a necropsia e coletados baço, omento, fígado e pulmões e realizaram-se análises
histológicas para verificar a arquitetura, celularidade, presença de leveduras do P. brasiliensis
nas lesões granulomatosas e o remodelamento morfológico pelo método estereológico. Além
disso, fez a imunolocalização de IgM, IgG, IL-17 e GM-CSF por imuno-histoquímica no
omento dos animais infectados e infectados e tratados. Os resultados demonstraram que os
animais que receberam tratamentos combinados tiveram menores lesões histológicas e
apresentaram melhores padrões histológicos, peso, sobrevida, hipersensibilidade, produção de
anticorpos, citocinas e menor número de fungos viáveis. Além disso, os resultados de
imunohistoquímica mostraram que houve uma forte marcação para a presença de IgM, IgG,
IL-17 e GM-CSF em diferentes estágios da infecção. A partir destes resultados, pode concluir
que o tratamento combinado apresentou resultados satisfatórios tanto na fase inicial quanto
tardia desta doença. Sugerindo que esta combinação terapêutica reduz a resposta inflamatória
intensa nos pacientes e poderá ser utilizada como uma possível estratégia nova de tratamento.