A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é o distúrbio do sono encontrado em cerca de 30% da população adulta brasileira, considerado como um grande problema de saúde pública. É caracterizada por episódios repetitivos de obstrução total (apneia) ou parcial (hipopneia) das vias aéreas superiores enquanto o indivíduo dorme, resultando em dessaturação de oxigênio e microdespertares do sono. Este estudo investigativo transversal, objetivou avaliar através da aplicação dos Questionários STOP-BANG e Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, o risco de ser portador da SAOS e a qualidade do sono de indivíduos adultos em tratamento ortodôntico; além de identificar as anormalidades no tamanho e forma das vias aéreas destes que se correlacionam com a possível presença da doença, através da comparação das medidas obtidas a partir de suas tomografias computadorizadas de feixe cônico. Para coleta dos dados, foi utilizado questionário virtual transportado para a plataforma online (Google Docs), gerando link de acesso que foi enviado por e-mail aos 33 participantes voluntários. O questionário foi composto de três partes que objetivaram selecionar, e caracterizar a amostra, além de conter os questionários STOP-BANG e Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. O software Dolphin (Dolphin Imaging & Management Solutions, versão 11.7 Chatsworth, Califórnia, EUA) foi usado para avaliar o volume e a morfologia da nasofaringe, orofaringe e hipofaringe (NF, OF, HF). A normalidade das variáveis quantitativas foi testada por meio do teste Shapiro-Wilk e homocedasticidade pelo teste de Levene, modelos de regressão linear múltipla foram construídos para testar associações entre variáveis de interesse. Como resultado, observou-se alto risco de SAOS em 33,3% dos pacientes; 78,8% dos pacientes apresentaram qualidade do sono comprometida; a análise de regressão linear evidenciou associação negativa entre risco de SAOS e o volume total da orofaringe (p=0,045), bem como revelou associação entre a qualidade do sono e o risco de SAOS (p=0,020). Assim, concluiu-se o risco alto de SAOS foi bastante comum em 1/3 da amostra; a maioria dos pacientes apresentou qualidade do sono comprometida (qualidade baixa ou distúrbio do sono); quanto maior o risco de SAOS pior foi a qualidade do sono e menor o volume da orofaringe.