A presente tese tem o objetivo de discutir como a população enquanto tema e a disciplina Geografia da População foi trabalhada pela Geografia. Para isso optamos em realizar uma recuperação histórica sobre os principais fatos que propiciaram o desenvolvimento da ciência geográfica e assim buscar identificar o lugar dos estudos populacionais. Nosso problema reside no fato de que a Geografia da População, principalmente, no que se refere ao Brasil (1934-2010) vem perdendo espaço tanto na pesquisa quanto no ensino. Nesse sentido, adotamos como metodologia inicial a pesquisa bibliográfica ou documental, visando recuperar o conhecimento científico acumulado e desvelar o problema. A pesquisa realizada é teórica e metodológica, tendo ao mesmo tempo um caráter exploratório e investigativo. Para tanto, realizamos um levantamento através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) dos Programas de Pós-Graduação em Geografia em nível de Mestrado e Doutorado no Brasil, referente ao ano de 2010 e acessamos a graduação dessas Instituições para verificar os planos de ensino e averiguar como se encontra o ensino de Geografia da População. Também foram realizadas entrevistas com pesquisadores geógrafos, que dedicaram boa parte de sua trajetória acadêmica em pesquisar esse tema. Ainda, por intermédio do banco de teses e dissertações da CAPES, diagnosticamos o volume de trabalhos defendidos que envolviam a temática população entre os anos de 1987 a 2010 e analisamos duas revistas geográficas de abrangência nacional: a Revista Brasileira de Geografia (1939 a 2005) e o Boletim Paulista de Geografia (1956 a 2005), para verificar a publicação sobre Geografia da População no que tange o volume e a periodicidade. Objetivando qualificar a análise realizamos pesquisa em fonte de papel com os professores que atuam na rede estadual de educação do Paraná, especialmente, professores que trabalham no oeste e sudoeste, para avaliarmos o ensino da população nas aulas de Geografia. Tendo como pressuposto as Diretrizes Curriculares Estaduais de Geografia (DCE/PR) e os livros didáticos públicos de Geografia do Ensino Fundamental II (6º a 9º ano) e do Ensino Médio (1º a 3º ano) adotados no último triênio. Por meio dessas opções metodológicas obtivemos maior familiaridade com o tema, pois a forma de abordagem dos dados permitiu traduzir algumas informações por meio de gráficos, tabelas e quadros com o objetivo de não só serem classificados, mas principalmente analisados. Adotamos como método o materialismo histórico dialético, por acreditarmos que ele possibilita a investigação e análise dos fenômenos em sua totalidade. Ao passo que permite verificar que o processo é dialético, portanto, está em constante transformação. Logo, a presente tese oportunizou que entendêssemos melhor a população enquanto tema da Geografia, e também o surgimento da Geografia da População. Assim, verificamos as diferentes abordagens teóricas e metodológicas e os momentos históricos onde esse campo do conhecimento sofreu transformações na Geografia brasileira. Bem como, entender os motivos que levaram a Geografia da População perder espaço na ciência geográfica, o que está vinculado ao próprio processo de desenvolvimento da Geografia e da formação de geógrafos e professores, que atuam como disseminadores e formuladores do conhecimento geográfico. Neste sentido, acreditamos que esta tese nos permite pensar geograficamente e agir localmente, já que almejamos entender e contribuir no desenvolvimento dos estudos populacionais na Geografia. Todavia, buscamos incitar a reflexão e ação acerca desse tema, pois defendemos que ele merece maior atenção da Geografia e dos professores-pesquisadores, uma vez que há muito a se fazer e contribuir tanto para o desenvolvimento da ciência geográfica quanto para a Geografia da População.