O desenvolvimento de soluções de tecnologias assistivas para indivíduos com deficiência visual e essencial, em especial no campo da educação, pois proporciona a integração na sociedade, autonomia, inclusão social e digital. Diversas funcionalidades neste campo foram desenvolvidas, como os leitores de tela (e.g., TalkBack do Android e VoiceOver do iPhone), permitindo aos indivíduos com deficiência visual maior autonomia, como a troca de mensagens instantâneas e a audição de histórias narradas, como os audiolivros. Em 2011, a Organização Mundial da Saúde destacou no Relatório Mundial sobre Deficiência a importância de soluções de tecnologias assistivas como os audiolivros. Inspirado nesse relatório, o presente trabalho propõe o aprimoramento da leitura dos audiolivros tradicionais aplicando os conceitos de Multimídia Multissensorial, dado que pesquisas nessa área indicam que efeitos multissensoriais (e.g., vento, aroma) têm viabilizado uma maior imersão do usuário, processo que também é conhecido como Qualidade de Experiência (QoE). Aprimorar a QoE dos indivíduos com deficiência visual permite aumentar a percepção da história narrada, a compreensão e a imersão no imaginário. Nesse cenário, este trabalho apresenta o modelo denominado audiolivros multissensoriais, propõe o desenvolvimento da versão 3.0 do aplicativo intitulado MulseBook Audio e apresenta os resultados de experimentos com voluntários com deficiência visual. Os experimentos foram realizados para validar o modelo, além de avaliar a usabilidade do novo aplicativo e a QoE desses usuários ao utilizarem os audiolivros multissensoriais. Ao total, onze voluntários participaram do experimento que consistiu na leitura de um audiolivro multissensorial e, em seguida, foram convidados a responder o questionário de Avaliação da QoE, baseado no EGameFlow, e o questionário padronizado System Usability Scale (SUS), a fim de avaliar a usabilidade do MulseBook Audio 3.0 e o quanto os efeitos multissensoriais influenciam na experiência da leitura. Os resultados alcançaram o escore médio 4,6 de 5 pontos da QoE e a pontuação de 96,6 de 100 na usabilidade. Vale ressaltar que esse estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob os protocolos 53886421.0.0000.5626 e 46544321.5.0000.5289.