Introdução: A Cultura de Segurança (CS) caracteriza-se por ser resultado de
valores, atitudes, crenças e comportamentos individuais, ou em grupo, que
representam interesses coletivos no oferecimento de uma assistência segura. A
CS tem recebido crescente atenção nas organizações pelo aumento da
complexidade dos cuidados, o que aumenta a potencialidade da ocorrência de
incidentes, erros ou falhas, especialmente em hospitais. A avaliação do status
da Cultura de Segurança do Paciente (CSP) em hospitais permite identificar e
administrar, prospectivamente, questões relevantes nas rotinas de trabalho.
Objetivo: Avaliar as características da Cultura de Segurança do Paciente (CSP)
dos profissionais de um hospital público de ensino no interior do estado de São
Paulo. Métodos: Estudo quantitativo, observacional, do tipo transversal,
realizado nos meses de agosto a dezembro de 2021, em hospital terciário público
que desenvolve atividades de ensino. Foram coletadas respostas de 174
profissionais com o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture 1.0
(HSOPSC). Os dados foram analisados descritivamente, com dados de
frequência, pelos softwares Hospital Data Entry and Analysis Tool e SPSS 2.0,
e a avaliação da confiabilidade foi feita pelo alfa de Cronbach. Os preceitos éticos
estabelecidos para pesquisas com seres humanos foram cumpridos.
Resultados: Não foi observada nenhuma dimensão (D1-12) que pudesse ser
nomeada “fortalecida” para a CSP. Duas dimensões (D1, D2) foram
caracterizadas “neutras”, e dez dimensões (D3-12), “enfraquecidas”. As
dimensões “trabalho em equipe no âmbito das unidades” (54%, α=0,68),
“aprendizado organizacional” (65%, α=0,79) e “expectativas e ações dos
supervisores e gerentes para promoção da segurança do paciente” (49%,
α=0,58) apresentaram maior positividade, enquanto as dimensões “trabalho em
equipe entre as unidades/áreas” (28%, α=0,65), “passagem de plantão/turno e
transferências” (27%, α=0,74) e “respostas não punitivas ao erro” (19%, α=0,39)
tiveram a menor positividade. A avaliação geral da segurança do paciente na
unidade de trabalho foi positiva para 36% dos profissionais. Foi verificado que
75% dos participantes não notificaram evento adverso nos últimos 12 meses.
Conclusões: Os resultados encontrados nas 12 dimensões demonstraram a
necessidade de um eficiente esforço institucional para aperfeiçoar a segurança
do paciente que, de maneira geral, mostrou-se deficiente.