Este trabalho analisa a operação da classe trabalhadora, dos movimentos de luta pela educação e dos intelectuais que formularam uma proposta estratégica de educação integral contra-hegemônica que foi cravada na burocracia do Estado brasileiro, durante os governos petistas. Para isso, buscou-se analisar os fundamentos basilares da nova institucionalidade a partir das categorias desenvolvimento econômico, trabalho e emancipação humana. Analisou-se 41 (quarenta e um) Projetos Pedagógicos Institucionais (PPIs) dos institutos federais. O tratamento dos dados foi realizado por meio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). Combinou-se a literatura teórico-metodológica e crítico-dialética marxiana com o trato empírico documental para revelar as determinações históricas, sociais, políticas e econômicas da política de educação profissional no percurso da educação e do desenvolvimento do capitalismo periférico e dependente do Brasil. A disputa pela hegemonia de concepções entre as classes burguesa e trabalhadora na educação profissional no século XXI foram evidenciadas pelos (04) documentos dos aparelhos privados de hegemonia da burguesia industrial (CNI e Fiesp), e as evidências empíricas apontam que o ambiente de conciliação de classes possibilitou que a classe trabalhadora realizasse uma inflexão contra-hegemônica na educação profissional com o projeto de expansão dos institutos federais. Os PPIs indicam uma concepção de desenvolvimento voltada a projetos locais ou regionais. Quanto às categorias trabalho e emancipação humana, verifica-se uma predominância do trabalho no sentido ontológico e o conceito de emancipação vinculado aos processos integradores políticos ou pedagógicos. Os PPIs carecem de reorientação de suas diretrizes para indicar pragmaticamente o caráter ineliminável entre trabalho e emancipação humana. Isso requer ações estratégicas para formação de uma moral coletiva e solidária dos estudantes (novos intelectuais orgânicos) na disputa pela hegemonia do pensamento emancipatório, por meio de programas, projetos e ações que pautem destruição do trabalho explorado e a ascensão e hegemonia do trabalho coletivo e solidário.