Relevância etnofarmacológica: Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae), é uma planta bastante utilizada pela ampla variabilidade química dos seus óleos essenciais. A diversificação de componentes do óleo essencial é responsável por suas várias utilizações na medicina popular. Por outro lado, a variabilidade de tipos químicos pode ser considerada preocupante do ponto de vista de utilização de Lippia alba como fitoterápico, pois o usuário poderá estar utilizando material não adequado para atingir o objetivo desejado. Objetivo: Foi avaliar se o óleo essencial de três espécimes de Lippia alba possuem efeito inibitório sobre a enzima acetilcolinesterase. Métodos: Os constituintes voláteis dos óleos essenciais obtidos por hidrodestilação (L.alba1 e L.alba2) e por arraste a vapor (L.alba3) foram determinados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, e em seguida foram submetidos a ensaios de inibição da enzima acetilcolinesterase utilizando os métodos de bioautografia direta de Marston et al., (2001) e Ellman et al., (1961) com modificações. Resultados: Os perfis cromatográficos dos constituintes voláteis majoritários das amostras de óleo essencial apresentou três quimiotipos distintos: L.alba1 com alto teor de citral (neral 23,84% e geranial 32,31%); L.alba2 com carvona (30,72%), 1,8-cineol (14,37%) e limoneno (10,3%) e L.alba3 constituído majoritariamente por linalol (68,31%). Todas as amostras de óleo apresentaram ação inibitória frente a enzima acetilcolinesterase, sendo L.alba1 com maior percentual de inibição (I%: 97,9 ± 0,8), seguido de L.alba2 (I%: 54,3 ± 5,6) e L.alba3 (I%: 46,9 ± 5,6). O percentual de inibição sobre a acetilcolinesterase apresentado pelo constituinte citral isolado (sintético) foi menor (49,3%±12,2) que no quimiotipo L.alba1, sugerindo um sinergismo entre os constituintes presentes no óleo essencial que potencializa a atividade anticolinesterásica. Conclusões: O óleo essencial de L. alba é um potente inibidor da enzima acetilcolinesterase variando de alta a moderada dependendo do quimiotipo utilizado. Desta forma, para atender o seguimento de fitoterapia, sugerimos programas de distribuição de mudas com identificação botânica e química dos acessos de L. alba.