A Doença Renal Crônica (DRC) é definida pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais e constitui um problema de saúde pública. O cuidado com a alimentação pode promover melhora no quadro clínico e maior bem-estar ao paciente. A compreensão dos rótulos dos alimentos industrializados é fundamental, uma vez que a rotulagem é considerada o principal canal de comunicação entre produtores e consumidores, proporcionando maior autonomia para escolhas alimentares seguras. Este trabalho teve como objetivos analisar o conhecimento de Portadores de Doença Renal Crônica em relação aos rótulos alimentares, bem como promover e avaliar ações educativas sobre o tema. A metodologia da pesquisa baseou-se na aplicação de questionários, os quais contemplaram questões relativas às condições socioeconômicas e de saúde, bem como conhecimento acerca da rotulagem nutricional. Para a educação nutricional, foram utilizados três métodos: distribuição de folder informativo, desenvolvimento e uso de aplicativo para auxiliar nas escolhas alimentares e apresentação de um vídeo didático. Após as ações educativas, o questionário sobre os rótulos alimentares foi aplicado novamente com o intuito de avaliar o conhecimento sobre a rotulagem nutricional. Utilizou-se o software IBM SPSS Statistics 21 para análise dos dados. Participaram 77 pacientes, sendo 54,5% do sexo masculino, com média de idade de 51,66 ± 11,83, as escolaridades predominantes foram ensino fundamental incompleto (46,8%) e ensino médio completo (26,0%). A análise da estratificação da renda permitiu observar que 50,7% dos participantes do estudo eram pertencentes à classe C, com renda entre R$ 3.085,48 a C2: R$ 1.748,59. Quanto aos hábitos alimentares, 83,1% realizam de 2 a 4 refeições por dia, quase 90% consumiam de 1 a 2 porções de frutas por dia, 97,4% consumiam fontes proteicas e o consumo de líquidos varia, mas a maior parte (66,2%) ingere mais de 5 copos por dia. Quando questionados sobre os rótulos dos alimentos, 63,6% não possuem o hábito de ler, mas quando leem, realizam essa leitura em casa. Foi possível observar que as ações educativas tiveram um efeito significativo no conhecimento dos participantes quanto aos rótulos dos alimentos. A média de acerto do questionário inicial foi de 1,52 ± 0,213 e no final 1,65 ± 0,216, p = 0,000. Quando avaliada a satisfação dos participantes em relação às atividades realizadas, 97,4% consideraram válidas. Dos métodos utilizados, a preferência foi pelo aplicativo. Quando questionados sobre o que mais gostaram nos instrumentos, foram a facilidade (39,0%), o acesso (13,0%) e as informações (3,7%). Foi constatado que as estratégias educativas aplicadas ao Portadores de DRC se mostraram eficientes para promover o conhecimento do público estudado sobre os rótulos dos alimentos e que novos estudos são necessários relativos à rotulagem alimentar para assistência a estes pacientes.