O emprego de fontes renováveis para geração de energia elétrica ao redor do mundo vem crescendo a cada ano. No entanto, os equipamentos e redes, que atendem às usinas, passam por períodos de ociosidade quando o recurso energético não está disponível, haja vista que a variabilidade é uma característica intrínseca dessas fontes. Uma alternativa para melhorar a utilização do sistema elétrico nesses casos é a associação de usinas cujas fontes primárias sejam complementares temporalmente, como é o caso para empreendimentos eólicos e fotovoltaicos em algumas regiões do Brasil. Assim, esta dissertação tem por objetivo apresentar uma metodologia de avaliação da viabilidade de usinas fotovoltaicas, assumindo a possibilidade de sua operação combinada com um parque eólico na modalidade de Central Geradora Associada (CGA), à luz da Resolução Normativa no 954 da Agência Nacional de Energia Elétrica, homologada no fim de 2021. Busca-se encontrar para quais condições o empreendimento fotovoltaico apresenta melhor viabilidade econômica, sendo utilizada como métrica de avaliação o Custo Nivelado de Energia (LCOE). A metodologia de análise empregada neste estudo consiste na simulação da geração de energia pelas usinas eólica e fotovoltaica, com base nos dados de medição dos recursos primários com resolução temporal horária. Para a composição dos custos de instalação e operação são adotados valores de mercado e uma vida útil da usina de 25 anos. São calculados os valores de LCOE para quatro alternativas do projeto fotovoltaico, combinando o modo de operação – conectado diretamente à rede ou associado ao parque eólico – e a característica construtiva – de estruturas fixas ou com seguidor solar de um eixo. Para validação dos procedimentos propostos, é utilizado como estudo de caso a análise de um empreendimento fotovoltaico na região Sul do Brasil, com alternativa de associação a um parque eólico de 300 MW, atualmente em construção. Como última análise, é feito um exame de sensibilidade para identificar como o custo de energia se comporta a variações nas premissas energéticas e financeiras assumidas inicialmente. Ao fim, a metodologia proposta se mostrou adequada, eficiente e flexível para a avaliação da viabilidade de usinas fotovoltaicas, trazendo resultados satisfatórios para uma diversidade de alternativas construtivas e operativas do empreendimento. Dentre os resultados obtidos para o estudo de caso, destaca-se que a alternativa do empreendimento fotovoltaico que retornou o menor LCOE foi a de estrutura fixa operando associada ao parque eólico, com potência instalada de 72 MW (aproximadamente 24% da capacidade do parque eólico). Além disso, alterações nas premissas iniciais modificaram o custo de energia das mais diversas maneiras, sendo que a taxa de desconto do empreendimento foi o parâmetro que induz maior volatilidade aos resultados.