A presente tese, fruto de indagações e leituras em Geografia Política, traz como objeto de
estudo a Rodovia Belém-Brasília e seus desdobramentos territoriais na Amazônia
Maranhense. Foram eleitos para exploração científica o Estado e o capital enquanto agentes
indissociáveis ao que apresentamos como (re)ordenamento territorial desse recorte da
Amazônia, via implantação de redes técnicas, como a rodovia Belém-Brasília. O objetivo da
pesquisa de tese, então, está fundamentado em analisar, no contexto da (re) organização da
Amazônia Maranhense, o papel da rodovia Belém-Brasília como rede técnica, na lógica das
políticas de ordenamento do território, na atuação dos grandes projetos do capital, bem como
no (re)ordenamento urbano regional na sua área de influência. Como percurso metodológico,
recorremos a pesquisa e análise de literaturas da área, dados e informações documentais,
trabalhos de campo, entrevistas semiestruturadas e observações da realidade empírica (real
aparente) e de sua concretude (real pensado) na Amazônia maranhense, também pelo uso de
mapas, quadros, tabelas, gráficos e de relevantes informações sobre a (re) organização dos
municípios sob influência da rodovia Belém-Brasília. Os resultados alcançados demonstram
que a chamada Amazônia Oriental, no perímetro maranhense, vivenciou, a partir da segunda
metade do século XX, um dinamismo urbano regional com a inserção do capital enquanto
agente modificador do território, subsidiado pelo papel indutor de políticas públicas
territoriais do Estado. Esse tríplice fomento fez emergir ou ressignificar os papeis das
cidades da rodovia, por motivos diversos, no recorte da Amazônia Maranhense.