A presente dissertação está relacionada ao desenvolvimento do mestrado acadêmico em Educação na Linha de Pesquisa Organização Escolar, Formação e Práticas Pedagógicas do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), e vinculada ao Laboratório de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (LêTECE). A crise sanitária mundial da COVID-19, causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), alterou a rotina de diversos setores da sociedade e colocou o mundo perante uma situação nova e desafiadora devido ao distanciamento físico como medida para prevenir a disseminação do vírus. Na educação, o maior impacto está relacionado à expansão do ensino remoto emergencial (ERE), mediado pelas tecnologias digitais em caráter emergencial. Com uso das tecnologias de ensino, emergiram diversos desafios que fizeram com que os discentes, docentes e gestores escolares mudassem totalmente a rotina habitual de aulas presenciais e migrassem para aulas realizadas de forma on-line, dentro de um processo que afetou drasticamente a qualidade da educação. Nesse cenário, surgiram inúmeros desafios: professores da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) tiveram de se reinventar para que os atendimentos aos estudantes com deficiência fossem mantidos em todo seu processo educativo. Mas quais foram os meios usados no ensino remoto diante das deficiências de cada aluno e da acessibilidade digital durante esse período? O presente trabalho tem por objetivo analisar e compreender quais foram os meios que esses professores da SRM buscaram para intermediar, através das Tecnologias Digitais (TD), o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para os estudantes com deficiência durante a pandemia. Por fim, essa pesquisa estabelecer uma compreensão para refletir e pensar sobre o uso das TD em relação à acessibilidade, bem como sua adequação para dar prosseguimento ao uso de recursos educacionais digitais dentro de um cenário marcado pelo seu crescimento e contribuição após a experiência com ensino remoto na pandemia, e assim, promover de fato a inclusão desse público. Com famílias e escolas desiguais, expomos a situação dos exilados da conectividade, ou seja, indivíduos que não conseguem se adaptar às benesses que as TDs proporcionam. Os achados do estudo remetem a diversas TDs utilizadas nas ofertas das aulas e mencionam as oportunidades e desafios perante as novas possibilidades dessa ferramenta de pesquisa. Ressaltamos que esta pesquisa pode contribuir para futuras investigações sobre o tema e subsidiar análises de práticas de ensino mediadas pelas TD.