Este estudo aborda o tema “A gestão da Política Educacional do REUNI em área de difícil acesso,” tendo como objeto de estudo as repercussões do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais/REUNI sobre as formas de organização e gestão das diretrizes educacionais que se estabeleceram na Universidade Federal do Amapá/UNIFAP, especificamente no Campus Binacional – Oiapoque, na fronteira Norte do Brasil. No problema indaga-se: como ocorreu a expansão do ensino superior na UNIFAP, com o ideário neoliberal para a educação e seu impacto em área de difícil acesso, como o Campus Binacional? O objetivo consiste em compreender o papel do Estado capitalista e a forma como esse modo de produção vigente incide na política social implementada, tal como no caso do REUNI, criado no governo Lula, pelo Decreto n. 6.096/2007. Com abordagem qualitativa, adotou-se como método epistemológico o Materialismo Histórico-Dialético, e no de procedimento, o Estudo de Caso, devidamente sustentado em pesquisa documental e de campo, junto ao locus Oiapoque/AP-Campus Binacional, envolvendo os atores sociais Gestor, Técnico-Administrativo, Docente e Discente, com o uso de Roda de Conversa, por e-mail, em decorrência do isolamento social exigido no período de pandemia da COVID-19. Os resultados da pesquisa documental apontam para o não cumprimento total das metas globais do REUNI, mas a UNIFAP com o Campus Binacional cumpriu parcialmente, proporcionando o acesso à Educação Superior, oferta de novos Cursos, dentre os quais os de grande prestígio - Enfermagem e Direito - para os grupos indígenas, comunidade local e municípios adjacentes à Instituição e se concretizou pela ocupação de postos no mercado de trabalho local. Quanto à empiria, a ênfase dos dados fornecidos pelos participantes da pesquisa convergem para situações não resolvidas pelo REUNI no Campus Binacional, como: precariedade da infraestrutura básica - salas, laboratórios, equipamentos, acesso à internet - insuficiente para o desenvolvimento das atividades laborais e acadêmicas; a constante transferência de Servidores e docentes para outros campi; o acúmulo de funções; a instabilidade da Internet; a frágil oferta de bolsa estudantil; e principalmente, falta de autonomia financeira; todos são fatores que ameaçam a Universidade pública e comprometem o pleno desenvolvimento da tríade Ensino, Pesquisa e Extensão. Conclui-se que, apesar de contribuir ao incremento da expansão na Educação Superior, o REUNI não reuni(u) condições de formação de qualidade no Campus Binacional-Oiapoque/AP.