O presente trabalho buscou investigar a laicidade à brasileira enquanto um fenômeno político-social. Esta pesquisa justifica-se na necessidade de investigação do conceito que é competido e praticado de maneira diferente dependendo do grupo social em que se está. Partimos de uma perspectiva psicossocial tendo como principal referencial teórico a Teoria das Representações Sociais proposta por Serge Moscovici sob a ótica da abordagem estrutural. O olhar psicossocial da teoria das representações sociais permite um olhar privilegiado às experiências e necessidades de compreensão da realidade partilhadas pelos grupos em questão: cristãos e não cristãos. Tratou-se de uma coleta de dados sob a perspectiva quantitativa e qualitativa que permitiu a identificação de causas, consequências, características e práticas sociais relacionadas com o tipo de compreensão que cada grupo tem sobre laicidade através das tarefas de evocação livre, questionário sociodemográfico e perguntas para auxiliar a análise. A pesquisa foi feita de forma online, através do Google Formulários e cobriu todo o estado do Rio de Janeiro, envolvendo pessoas com a faixa etária entre 18 e 40 anos, sendo 100 cristãos (católicos e evangélicos) e 100 não cristãos (demais crenças religiosas ou não). Os dados revelaram os termos “liberdade”, “igual” e “religião” como prováveis cognemas centrais da representação social de cristãos e “liberdade”, “respeito” e “imparcial” como provável núcleo representacional de não cristãos.