No Brasil, as desigualdades regionais no âmbito da saúde entre os estados brasileiros são marcadores epidemiológicos que refletem nos indicadores de morbimortalidade do SARS-CoV-2 durante os anos de pandemia pelas limitações socioeconômicas e culturais existentes no país. Para isso, o objetivo desse trabalho foi descrever o perfil epidemiológico, clínico e a gravidade da doença de pacientes internados com infecção confirmada pela COVID-19, diagnosticados e tratados no Hospital de Porto Trombetas, distrito de Oriximiná, Pará. Nosso estudo foi baseado em observação retrospectiva de natureza descritiva e quantitativa, realizado através da coleta de dados secundários extraído de um hospital privado no interior da Amazônia no período de março de 2020 a dezembro de 2021. Foram registradas 196 hospitalizações, destes, 186 foram confirmados com COVID-19 através do teste rápido e/ou notificados, o número de internações foi maior no ano de 2021 comparado a 2020, maior parte dos casos foram classificados como moderados (93 pacientes) e são significativamente diferentes entre os casos leve (65) e (28) graves (p< 0,001). Os casos confirmados foram mais frequentes no sexo masculino (137 pacientes), entre a faixa etária de 43-52 anos e a média de 45 anos. Deste, maior parte residente no Complexo de Porto de Trombetas e a taxa de infecção foi expressividade maior em funcionários contratados afetando principalmente os profissionais operadores de máquinas. As complicações mais comuns foram pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, e entre os sintomas mais relatados foram tosse registradas em (113) pacientes, dispneia (110), febre e Mialgia (109 e 46). 136 pacientes fizeram uso de suporte ventilatório no leito de apoio (estabilização) e/ou na enfermaria, devido à baixa oxigenação (<80%) e desconforto respiratório, enquanto outros 78 pacientes foram submetidos a ventilação não invasiva (VNI) por dois dias em média. Em relação ao tratamento medicamentoso foram utilizados 38 tipos de fármacos sendo a Ceftriaxona 8 mg usada em (150) pacientes, Dexametasona (148), Enoxeparina (137), Analgésico (124), Ondasetrona (114), em
comparação, entre 2020 e 2021 houve um aumento acima de 10% no uso de Ceftriaxona, Dexametasona, Enoxaparina e Analgésico, e diminuição e/ou exclusão do uso de Cloroquina e Azitromicina. A capacidade do Hospital de Porto de Trombetas em determinados casos era limitada, obrigando a transferências para outros serviços hospitalares média de um dia, conforme a piora clínica em 59 (31,72%) pacientes. Portanto, este estudo demostra que certas características demográficas, por exemplo, idade e sexo, são diferentes em cada localidade do país, assim como o tipo de enfrentamento perante as políticas públicas local foi um marco para solução do manejo dos pacientes hospitalizados por COVID-19 em um Complexo de Mineração no interior da Amazônia, por outro lado, ainda são necessários estudos envolvendo pequenos distritos geográficos para comparação de estudos e observar os dados obtidos.