O Brasil apresentou avanço sobre o ponto de vista legislativo para as questões relacionadas ao saneamento básico, saúde pública e a preservação dos recursos naturais, entretanto necessita que esse avanço chegue na prática em todas as localidades, e, efetivamente, torne-se universal. O Laboratório de Pesquisas Geoambientais (LAPEGE/UNESPAR), vinculado ao curso de Geografia, desenvolveu projetos de proteção e recuperação de nascentes por meio da técnica do Solo-Cimento. Esses projetos foram realizados em parceria com nove prefeituras municipais, entidades estaduais de extensão rural e a Universidade Estadual do Paraná Campus de Campo Mourão (UNESPAR). Portanto, o objetivo central desta pesquisa foi avaliar a atuação municipal, sobre o ponto de vista legislativo e de monitoramento das atividades para o saneamento básico rural, em especial, para a melhoria da qualidade da água, com análises microbiológica e macroscópica. As análises foram divididas em quatro baterias de coletas dessas nascentes nos municípios localizados na Mesorregião Centro-Ocidental Paranaense: Araruna; Altamira do Paraná; Barbosa Ferraz, Campina da Lagoa; Campo Mourão; Corumbataí do Sul; Farol; Iretama e Luiziana. Dessa forma, buscou-se compreender os motivos que levaram a construção desses projetos e como os municípios têm organizado suas legislações para o enfrentamento dessas questões, uma vez que, os municípios são os responsáveis diretos para a construção do saneamento básico. As coletas de dados foram realizadas por meio da aplicação de questionários semiestruturados com os participantes dos aludidos projetos, com aplicação de um questionário para membros das Prefeituras, Emater-IDR, Secretaria Regional da Saúde e um questionário para cada agricultor contemplado pelo projeto/ação de preservação da nascente em sua propriedade. Em relação à questão macroscópica das nascentes, a estrutura de proteção Solo-Cimento manteve-se intacta, sem rachaduras e/ou fissuras, permanecendo a nascente preservada. A análise microbiológica das nascentes demonstrou que o monitoramento realizado por parte dos órgãos públicos e por parte dos agricultores de 90/120 dias para a limpeza da nascente é ineficiente, sendo que nenhuma nascente se manteve com índices de potabilidade nas quatro baterias de coletas de amostra da água, apresentando-se impróprias para o consumo humano. Por fim, verificou-se que as ações realizadas por parte dos municípios foram motivadas pelas buscas dos moradores pelo poder público municipal e que as legislações federais ou as legislações do Estado do Paraná não foram razão para a implantação dos projetos de proteção e recuperação de nascente para o consumo humano.