Fundamentado nos princípios teóricos do neoinstitucionalismo sociológico, norteado pelos conceitos da racionalidade ambiental e da racionalidade econômica, e com a perspectiva da multidisciplinaridade, o trabalho caracteriza o papel dos agentes colonizadores pioneiros, durante o processo de ocupação e uso do solo da área territorial atual, à época pertencente ao Município de Rondon - PR, do município de Cidade Gaúcha, no Noroeste do Estado do Paraná, a partir da década de 1950. O estudo identifica as relações dos agentes colonizadores com a técnica de manejo das áreas de preservação permanente, matas ciliares e recursos hídricos, assim como analisa se o processo ocorreu em conformidade com os dispositivos legais sobre a matéria vigentes à época. Em relação à sua forma, a pesquisa enquadra-se como exploratória, e quanto a sua natureza, como descritiva. Por outro lado, no que tange aos procedimentos, se enquadra na categoria de pesquisa de campo e, de forma geral, na perspectiva teórica foi pautada pelo enfoque sistêmico. Em síntese, os resultados mostraram que 82% dos colonizadores não possuíam tradição e conhecimento acerca da cafeicultura, objeto da frente agrícola naquele momento. Também, a maioria desconhecia o Código Florestal de 1934, vigente na época. Além disso, os entrevistados indicaram a completa ausência do poder público e do agente colonizador no processo de orientação e fiscalização quanto às normas, regras e leis. Esses resultados possibilitaram a compreensão do papel dos agentes colonizadores pioneiros de Cidade Gaúcha no Estado do Paraná, durante o processo de ocupação, retirada da mata e transformação da área para finalidades agrícolas. Em síntese, os dados evidenciaram a baixa profissionalização dos agentes colonizadores e a ineficiência dos agentes públicos e da companhia colonizadora, em termos normativo e regulador, naquele período. Desta maneira, concluiu-se pela confirmação da hipótese do estudo de que as decisões e ações dos agentes colonizadores pioneiros basearam-se no isomorfismo mimético, identificando-se no processo de ocupação dos agentes geográficos colonizadores de Cidade Gaúcha – PR a observância de orientações originárias das frentes pioneiras do Norte Pioneiro e Norte Novo, que antecederam, na experiência de peões oriundos dessas mesmas frentes e nos primeiros pioneiros que deram início ao processo que acabaram se transformando em modelo para os pioneiros seguintes.