A necessidade de compreender como os aspectos sociais, que estão intrinsicamente ligados à língua, influenciam nas relações de interação por meio da linguagem, tornase premente na sociedade contemporânea. Diante desse cenário, a presente pesquisa insere-se na teoria Sociolinguística, a qual, enquanto vertente teórica,
sustenta uma visão de linguagem explicada por meio dos diversos elementos que moldam as comunidades de falantes, tais como os aspectos históricos, sociais, culturais, geográficos e econômicos, por exemplo. Sob essa perspectiva, busca-se analisar de que forma a prova de Linguagens do Enem aborda a visão sociolinguística.
Ademais, a investigação proposta aqui também tem como objetivo abordar os principais pressupostos teóricos da Sociolinguística, relacionando-os ao ensino de língua portuguesa e debatendo sobre os conceitos de variedades linguísticas apresentados nos textos e questões do Enem. Para a realização deste trabalho, optou-se por uma abordagem bibliográfica e qualitativa. Portanto, tornou-se necessário o uso do método da pesquisa documental e da metodologia descritiva. Como suporte teórico para este estudo, recorre-se aos aportes bibliográficos da
Sociolinguística delineados por autores como Alkmin (2001), Bagno (2007), Bortoni Ricardo (2014), Mollica (2004), Silva (2013) e outros pesquisadores e especialistas em linguagem. Estes autores discorrem sobre as interações entre a língua e o social. Os resultados obtidos revelam que as discussões teóricas da Sociolinguística têm
perdido espaço na prova de Linguagens do Enem, na qual as questões, por vezes, abordam um aspecto puramente conteudista, deixando de explorar uma perspectiva mais reflexiva sobre a linguagem.