A partir de uma pesquisa teórica e bibliográfica da literatura sobre o Jesus histórico especificamente elaborada na terceira etapa da pesquisa, esta dissertação se estrutura em construir analiticamente, a partir de uma tentativa em explorar os discursos textuais dos indivíduos autores, suas ações transparecidas através de seus discursos textuais, sejam elas de forma implícita ou explícita, a produção de sentidos e significados, estes dos mais variados atribuídos ao Jesus histórico. Argumenta-se que o discurso textual é um tipo de ação de manifestação do consciente do ser humano, mobilizado pela subjetividade, esta entendida como ferramenta construtiva de suas múltiplas ações, e produzida em propensão a exterioridade deste por meio dos discursos na esfera social. Tomo como eixo da investigação o trabalho de dois autores que julgo serem referenciais para a investigação inacabada do Jesus histórico: John Dominic Crossan e John Piper Meier, a fim de explorar o discurso-metodológico do Jesus histórico enquanto judeu do século I. Ainda conto com um conjunto de 10 autores, brasileiros e internacionais, cujo objetivo é extrair de seus trabalhos determinados excertos que me ofereçam subsídios para a análise da produção de sentidos e significados atribuídos ao Jesus histórico. À vista disso, possuo três pontos de apoio teórico a fim de testar a minha hipótese. O primeiro deles é acerca do discurso segundo Michel Foucault (2013; 2014); o segundo é acerca da subjetividade nas obras de Michel Foucault (2016) e Félix Guattari (1992); já o terceiro, argumento ser o ponto que se unifica aos outros dois anteriores, tendo em vista a questão da produção do discurso textual sobre o outro, partindo da noção de subjetividade, à vista de Marc Augé (1999). Este trabalho se estrutura na técnica de Análise Textual Discursiva (ATD). A hipótese, parte da relação que se tem do indivíduo em face a determinadas formações discursivas na esfera social, estas que o moldam e o (re)modelam e, em decorrência disso, convergem para o discurso textual do sujeito, onde se examina suas ações. Ademais, por outro lado, têm-se um indivíduo sempre num estágio de “incompletude”, “dependente” desse processo subjetivo da sociedade, que constitui a sua subjetividade, mas que também o constitui enquanto singular. Entrementes, estima-se que a representação do Jesus histórico é resultado de uma subjetividade que o individua. À vista disso, sob nossa hipótese, argumenta-se ainda que a noção do Jesus histórico padece de uma “ilusão biográfica”.