A ciência geográfica passou por significativas transformações e atualizações desde sua existência, adaptando-se para atender as crescentes exigências nas esferas social, ambiental e tecnológica. Atualmente, diante dos efeitos da intervenção humana no meio ambiente, torna-se indispensável voltar olhares para o planejamento ambiental. É inegável que a ação antrópica, ao buscar benefícios econômicos, acarreta impactos substanciais no meio natural, ameaçando o equilíbrio ambiental. Nesse contexto, a preservação dos recursos naturais remanescentes torna-se uma prioridade para aqueles comprometidos com as questões ambientais. Estruturada em quatro capítulos, esta tese objetivou promover uma análise abrangente sobre a aplicação da Ecologia de Paisagem em ambientes fragmentados, considerando a evolução histórica desta como ferramenta analítica, o contexto das políticas públicas ambientais brasileiras aplicadas a preservação florestal, e análises multitemporais realizadas no município de Fênix - PR. Ao se aprofundar nas dinâmicas temporais deste município, aplicando métricas de paisagem e análises em campo, a pesquisa revela um aumento quantitativo na cobertura vegetal, de 330 para 406 fragmentos, indicando uma aparente expansão de 11,06% para 15,05% em relação à área total do município, alcançando 3.517,47 hectares de áreas de floresta. No entanto, a área core não segue esse crescimento proporcional, mantendo-se em 1.800 hectares. Ao considerarmos o efeito de borda sobre estes fragmentos, constatou-se que a configuração espacial destes apresenta desafios desfavoráveis à preservação efetiva. Foram selecionados 6 fragmentos de tamanhos e configurações diferentes para verificação do estado atual da vegetação e constatou-se que apesar das limitações, estes fragmentos desempenham papel vital na conservação da biodiversidade, abrigando espécies nativas, incluindo ameaçadas de extinção. Em suma, os resultados apontam para a necessidade de estratégias adaptativas na gestão ambiental, considerando não apenas a expansão quantitativa, mas também melhorias qualitativas sustentáveis nos ecossistemas de Fênix e na Mata Atlântica.