O aumento da população mundial nos últimos tempos e do número de países que se tornaram industrializados fez com que o consumo de água se ampliasse também. Devido a este crescimento contínuo da demanda hídrica, há uma clara tendência de esgotamento de recursos, já que a principal fonte para a produção de combustíveis é de origem fóssil, não renovável. Neste contexto, a busca por fontes de alternativas de melhorar a características físico-químicas do efluente tratado na indústria e o seu reúso no ambiente fabril está mobilizando setores acadêmicos, industriais, sociais e governamentais. O objetivo do presente estudo foi otimizar o processo de tratamento de efluentes de uma indústria de fabricação de refrigerantes ao utilizar os resíduos do pequi como adsorvente na remoção de contaminantes do efluente, em tratamento terciário. Para tanto, foi preparada a biomassa seca dos resíduos do pequi (mesocarpo e epicarpo) a partir da secagem em estufa (70ºC), e trituração em moinho de bolas, e determinadas as características físico-químicas: pH, teor de cinzas, acidez titulável, pH no ponto de carga zero (pHPCZ), capacidade máxima de adsorção com corante azul de metileno e determinação de grupos ácidos e básicos. Os ensaios coagulação/floculação foram realizados no efluente tratado da indústria, empregando-se o coagulante Policloreto de Alumínio (PAC) e o biosorvente de pequi, em dosagens pré-determinadas, utilizando equipamento Jar-Test (Policontrol), a fim de avaliar a eficiência em relação aos principais parâmetros de lançamento do efluente e a dosagem ótima do biosorvente. Os resultados dos ensaios utilizando a combinação do coagulante PAC na dosagem de 60mg.L-1 e biomassa do pequi na dosagem 15mg.L-1 mostraram uma eficiência acima de 70%, para a maioria dos parâmetros analisados no efluente. Com o emprego do biosorvente, a concentração de fósforo total no efluente chegou a 0,01mg.L-1, atingindo uma redução de 99%, com relação ao efluente tratado convencionalmente. Constatou-se que o tratamento terciário do efluente com a biomassa do pequi obteve melhor eficiência que o uso isolado do coagulante tradicional, com redução da turbidez, cor, nitrogênio e fósforo sem agregar quantidades de alumínio no efluente tratado. Isso demonstra o potencial agregado do uso do biosorvente natural a partir de um resíduo de fruta associado com um coagulante comercial.