O estado nutricional materno influencia na capacidade da mãe de fornecer ao feto os nutrientes necessários para o crescimento adequado. Alterações da qualidade espermática relacionadas à função epididimária já foram observadas em animais adultos expostos à restrição proteica materna. Assim, com intuito de entender parte dos mecanismos e vias moleculares relacionadas à função do epidídimo que são afetadas pela restrição proteica materna, este trabalho foi realizado com enfoque no ambiente imunológico. Portanto, o objetivo deste trabalho foi compreender os efeitos da restrição proteica materna sobre o epidídimo da prole, com foco nas moléculas envolvidas no processo inflamatório. Para tal, ratas prenhes foram divididas aleatoriamente em dois grupos (NP e HP), que receberam ração normo ou hipoproteica durante toda a gestação e lactação. Os epidídimos da prole foram coletados no dia pós-natal 44 (DPN-44) e, em seguida foram processados para detecção do receptor Toll-like (TLR-4), do fator transcricional NFkB, e citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α), através da técnica de Western blotting. Os resultados obtidos mostraram diminuição significativa apenas no receptor TLR-4 dos animais de 44 dias pós-natal que foram submetidos à restrição proteica materna. As demais proteínas investigadas, NFkB, TNF-α e IL-6, não alteraram de forma significativa. Os epidídimos de animais submetidos à restrição proteica materna gestacional e lactacional, no DPN-44, não apresentaram sinais de inflamação. As alterações nos níveis proteicos do fator de transcrição NFkB, observados em animais adultos (DPN-120) submetidos à restrição proteica materna, não foi observada em animais no DPN-44. As alterações observadas no receptor TLR-4, de animais do grupo hipoproteico, não parecem estar relacionadas à resposta inflamatória no tecido epididimário. Provavelmente, devido a diminuição do TLR-4, os animais do grupo HP apresentam menor eficiência para desencadear a resposta inflamatória.