O ensino tradicional possui, dentre suas características, a de desenvolver uma educação bancária, que se preocupa apenas com o depósito de informações. No que se refere ao ensino de química, esse modelo não favorece a contextualização dos conteúdos de uma ciência que, por si, apresenta grande abstração. Com isso, surgem necessidades de pesquisas que fujam dessa linha tradicional de ensino e, nesse viés, a Teoria da Aprendizagem Significativa – TAS de David Ausubel pode contribuir com a formação de significados por parte dos alunos, e não apenas no depósito aleatório de informações. Com isso, nossa pesquisa visou analisar a eficiência de uma oficina de intervenção, com os alunos de Licenciatura em Química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, que discute as possibilidades e potencialidades do uso da TAS no ensino de química. A nossa pesquisa se caracteriza como qualitativa e quantitativa, cujos participantes foram os discentes regularmente matriculados na disciplina de Instrumentação para o Ensino de Química no Ensino Médio do curso de química da referida instituição. A pesquisa está dividida em três etapas: revisão literária; pesquisa documental do PPC do curso de química da UERN; e desenvolvimento da pesquisa-ação. Durante a revisão literária conseguimos identificar que a maior parte dos trabalhos que tratam da Aprendizagem Significativa – AS estruturam suas aulas a partir de sequências didáticas, apresentam uma grande busca por utilização de metodologias ativas e, por vezes, expressam dificuldade em avaliar os resultados de suas práticas. Já o estudo do PPC ressaltou que o curso de química da UERN se preocupa com a formação ética de seus alunos, além de promoverem ações que fortalecem a formação inicial de seus discentes, preparando-os para o fazer docente, mas não possibilitou assegurar que a teoria de Ausubel é trabalhada de modo a garantir que os discentes consigam estruturar suas aulas com base nela. Durante a terceira etapa foram utilizados, na ordem exposta, os suportes metodológicos: Escala de Likert, questionários, oficina pedagógica e entrevista de grupo focal. A análise dos dados ocorreu por meio da definição da média e desvio padrão para a escala de Likert, os demais dados foram analisados seguindo a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (2016). De acordo com os resultados encontrados, percebemos a forte influência das experiências dos alunos no processo de formação inicial, no tocante as teorias de ensino, a maioria dos participantes alega conhecer e utilizar em suas aulas, mas no que se refere a teoria de Ausubel, demonstraram necessidade de aprofundamento teórico sobre ela e certa dificuldade na aplicação de práticas à luz da TAS. Nesse viés, a oficina proposta para debater a TAS e sua aplicação no ensino de química se fez útil, auxiliando na formação inicial dos alunos que demonstraram entender como aplicar a teoria em suas práticas de ensino e produziram esboços coerentes para sua implementação. Os participantes também dialogam que, dentre os benefícios de utilizar a TAS nas aulas, está o favorecimento do avanço gradativo dos conteúdos, o engajamento dos alunos e a possibilidade de contextualização com o cotidiano para geração de significados. Dessa forma, a pesquisa evidenciou a importância de trabalhar a TAS não apenas no ensino básico, mas também na formação de futuros professores, destacando, a partir da necessidade de aprofundamento dos estudos sobre a TAS para aplicação consciente da teoria na prática docente, a viabilidade da pesquisa desenvolvida.