A pesquisa apresenta o pensamento de Herbert Marcuse tomando como base a formação histórico-política do conceito da unidimensionalidade. A análise histórica se inicia na transformação paradigmática da modernidade e a inserção do pensamento liberal que fomenta o positivismo do século XIX. A concepção de uma nova sociedade, espelhada na realidade tecnológica industrial, tenderá ao absolutismo que apresenta na sua racionalidade, a irracionalidade dessa sociedade. A partir do conceito de essência, o racionalismo hegeliano é contraposto ao positivismo e à eidética da fenomenologia husserliana, e passa a representar uma teoria dialética para a transformação da realidade. Da disputa da dialética negativa de Hegel com o realismo, surgem os mecanismos políticos de defesa do stablishment, que encontram na linguagem operacionalizada a força de convencimento do poder dominante. A teoria social de Marcuse conflui ao racionalismo e ao materialismo histórico na crítica ao cientificismo da ascensão do capitalismo. A ótica da dominação é examinada na racionalidade da sociedade industrial avançada e na gênese da civilização moderna. Desde a origem da civilização, exemplificada na gênese da repressão sexual, posteriormente sublimada nas artes e no trabalho alienado, a criação de uma consciência apaziguada constitui o universo unidimensional que Marcuse busca superar. Porém, apesar de todas as possibilidades de transformação, o agravamento do controle repressivo não é favorável aos seus anseios. O historicismo adotado no trabalho é consoante aos textos utilizados na pesquisa da formação do conceito da unidimensionalidade e constitui a possibilidade de que há efetivamente uma relação de dominação praticamente insuperável na sociedade capitalista, unidimensional, que se confirma com o agravamento no processo histórico da atualidade.