Nos últimos cinco anos houve um crescimento expressivo de brasileiros que tiveram
dificuldades financeiras, com reflexo maior entre os idosos, devido suas
necessidades singulares, tornando-os mais vulneráveis, fator agravante para
garantia da segurança alimentar e nutricional. Este estudo teve como objetivo
Identificar o grau de segurança alimentar e nutricional em idosas de uma cidade do
oeste paulista que participam de atividades no Centro de Referência de Assistência
Social. Para tal, elaborou-se um estudo observacional, retrospectivo, descritivo, de
corte transversal, com idosas (> 60 anos), com coleta de dados, por meio de
questionários sociodemográficos e instrumentos validados: Protocolos de Avaliação
do Estado Nutricional, Protocolo de Consumo Alimentar e Protocolo de Avaliação do
Comportamento Alimentar. O estudo descreveu as variáveis quantitativas utilizando
média, desvio-padrão, valor mínimo e valor máximo, enquanto as variáveis
qualitativas foram descritas pela distribuição de frequência absoluta e relativa. Para
comparar a distribuição de proporção entre categorias das variáveis qualitativas, foi
utilizado o teste do Qui-quadrado e para verificar associações entre essas variáveis,
foi empregado o teste Exato de Fisher. A regressão logística binária foi realizada para
avaliar o efeito das variáveis independentes sobre a probabilidade de insegurança
alimentar, utilizando o R² de Cox & Snell para medir a variação explicada pelo
modelo. Além disso, a razão de chances (Odds) foi usada para analisar o impacto
das variáveis independentes na chance de insegurança alimentar. O nível de
significância adotado foi de 5%, e as análises foram conduzidas no software SPSS
versão 27.0. O estudo contou com 76 participantes do sexo feminino, com faixa etária
média de de 68,71 anos e, em relação, ao estado nutricional 48,7% se encontrava
em Obesidade e 13,2% em Desnutrição. Identificou-se que que idosas entre 60 a 69
anos e 80 a 90 anos apresentaram uma maior proporção de Insegurança Alimentar
(leve/moderada e grave). Quando comparado as duas variáveis socioeconômicas
faixa etária e Escolaridade e analisados pelo teste de Odds, EBIA e Faixa etária e
escolaridade modelo 1 (p = 0,001) e EBIA e Faixa etária e escolaridade modelo 2
(p=0.006) foram observadas associações estatisticamente significantes. A
frequência alimentar das últimas 24 horas dieta referida pelas participantes foi menos
variada e qualitativa, 77,63% não realizavam o lanche da manhã, 63,12% não faziam
a refeição do lanche da tarde, 84,21% a ceia, 27,63% não consumiram feijão, 59,21%
frutas secas, 30,26% verduras e legumes, condições consideradas importantes para
um equilíbrio nutricional Conclui – se que 50% das participantes apresentaram
Insegurança Alimentar distribuídas em 38,2% em Insegurança Alimentar Leve, 5,3%
Insegurança Alimentar Moderada e 6,6% Insegurança Alimentar Grave e que a
escolaridade e faixa etária, o baixo consumo de verduras, legumes e frutas secas
foram os fatores agravantes de maior associação às condições socioeconômicas das
participantes. Por fim os resultados revelaram uma presença significativa de
insegurança alimentar, especialmente em idosas entre 60-69 anos e 80-90 anos,
sendo mais prevalente entre aquelas com baixa escolaridade. A falta de
diversidade alimentar, como o consumo inadequado de legumes, verduras e frutas,
também foi identificada como um fator contribuinte. A pesquisa destaca a
necessidade de intervenções em educação alimentar e nutricional, e a importância
de políticas públicas para atender essa população vulnerável. Com o
envelhecimento da população, torna-se essencial garantir o acesso a alimentos de
qualidade e promover a autonomia alimentar para um envelhecimento saudável.
Uma limitação do estudo foi o foco exclusivo em mulheres, sugerindo-se futuras
pesquisas que incluam homens.