Esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa, por meio de 24 entrevistas em profundidade, para avaliar o voto econômico e seu componente de clareza de responsabilidade na eleição presidencial de 2022, no Brasil. O alvo das entrevistas é especialmente a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, com representantes do setor de segurança, agronegócio, igrejas evangélicas e microempreendedores. O objetivo do trabalho é compreender se uma avaliação negativa da economia leva à responsabilização de Bolsonaro como culpado, consequentemente com a perda do voto do eleitor. Diante do cenário político polarizado, a dissertação também conta com o aporte teórico do raciocínio político motivado e dos distúrbios da informação, como fake news e teorias conspiratórias, para mostrar as dificuldades que enfrentam os eleitores em sua avaliação. Os resultados mostram que os eleitores de Bolsonaro tendem a uma melhor avaliação da economia e sua não responsabilização por problemas no país. A dificuldade de culpabilizar o ex-presidente pela economia também aparece mesmo entre os apoiadores que avaliam negativamente o cenário nacional. Já os eleitores do candidato Luís Inácio Lula da Silva tendem a avaliar negativamente a economia, mas responsabilizando Bolsonaro pelo fato.