Introdução: A expressão vulnerabilidade social tem sido amplamente utilizada na literatura acadêmica nos últimos anos nem sempre com o mesmo significado, porém, bastante polissêmica. Desse modo, os adolescentes, independente de classe social, tem sofrido com mudanças de hábitos de vida do mundo moderno. A aquisição de comportamentos sedentários (CS) e redução dos níveis de aptidão física em adolescentes, impactam diretamente no aumento da prevalência de diversas morbidades, entre elas a obesidade, diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Contudo, a literatura ainda dispõe de informações limitadas acerca da relação do processo inflamatório oriundo da baixa aptidão física na população infantojuvenil em situação de vulnerabilidade social. Objetivo: investigar a aptidão física e sua relação com os biomarcadores inflamatórios em adolescentes em situação de vulnerabilidade social da Região Metropolitana de Vitória ES. Métodos: A amostra foi de estudantes adolescentes de ambos os sexos, entre 16 e 17 anos de idade, matriculados no ano letivo de 2023. A avaliação da composição corporal foi realizada por meio de bioimpedância, marca In Body 270. O diagnóstico do Diabetes Mellitus e o perfil lipídico foi realizado por meio de coleta sanguínea, em jejum, a partir de análise bioquímica das concentrações séricas de glicose (GL), colesterol total (CT), triglicerídeos (TG) e lipoproteína de alta (HDL) e baixa densidade (LDL). O comportamente pressórico também foi determinado. A aptidão cardiorrespiratória foi mensurada pelo teste de caminhada/corrida de 6 minutos e o desempenho físico por meio dos seguintes testes: teste de corrida de 20 metros, teste do quadrado 4X4 metros, arremesso horizontal com medicine Ball e salto horizontal. A análise dos biomarcadores inflamatórios foi realizada por meio de coleta sanguinea, a partir do fator de necrose tumoral (TNF-), interleucinas-6 e 10 (IL-6 e 10). A associação entre os parâmetros de aptidão cardiorrespiratória, desempenho físico e interleucinas foram analisados por meio do teste de correlação de Pearson. Resultados: Considerando as caracteristícas antropométricas, os resultados mostram que a estatura, as massa corporal e muscular foram maiores adolescentes do sexo masculino, quando comparados ao sexo feminino. No entanto, a massa gorda e o percentual de gordura foram reduzidos nos escolares do sexo masculino. Em adição, os resultados mostraram que 11% dos escolares foram classificados com sobrepeso e 9% com obesidade, quando analisamos o índice de massa corporal. Os escolares apresentaram índices desejáveis para os níveis de glicose, CT, HDL, LDL e TG. Os valores de pressão arterial sistólicaforam maiores nos adolescentes do sexo masculino em relação às escolares (4%).Quanto aos achados do teste de caminhada de 6 minutos, os resultados mostram que a distância média foi maior nos escolares do sexo masculino em relação às meninas, porém, tanto as meninas quanto os meninos, apresentaram aptidão cardiorrespiratória fraca (36%). Os resultados dos testes de aptidão física apontam melhor desempenho físico dos meninos em relação às meninas. Os níveis de IL-6 e IL-10 foram similares entre os grupos. Não houve correlação entre a distância obtida no teste de aptidão, desempenho físico e variáveis inflamatórias (IL-6 e IL-10). Conclusão: A aptidão física dos escolares em situação de vulnerabilidade social foi considerada baixa, porém, sem associação com biomarcadores inflamatórios.