Historicamente, as práticas pedagógicas com os bebês se têm constituído como um dos principais desafios para os profissionais, que atuam na educação infantil, sobretudo para docentes em educação física, que buscam promover mediações, que obtenham o cuidado como uma atitude conjunta com os demais profissionais e áreas de linguagens. Assim, ao se considerar um interesse pela ação docente e vislumbrar possibilidades de ressignificá-la, o presente estudo possui como objetivo principal analisar os desafios e as possibilidades com a docência da educação física com bebês na educação infantil. A pesquisa situa-se no campo dos estudos da infância, em constante diálogo com a sociologia da infância, a geografia cultural e a geografia da infância, recorrendo à interlocução em outros campos de conhecimento e em estudos contemporâneos pertinentes às reflexões mencionadas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de base etnográfica, que focaliza as mediações pedagógicas da educação física em uma turma do Grupo I/II (turma mista), composta por 22 crianças, de seis meses a dois anos de idade, de um Centro Municipal de Educação Infantil, localizado em Vitória/ES. A pesquisa foi realizada em um período de quatro meses, distribuídos em 15 semanas, contabilizando 18 inserções no campo. Na produção dos dados, foi mobilizada a observação participante, com registros em diário de campo, registros fotográficos e entrevista semiestruturada com o professor de educação física, que atuou com a referida turma. A análise dos dados foi realizada a partir de três categorias: as primeiras interações dos bebês, as relações resultantes dessas interações com os pares e profissionais, e suas vivências e autorias espaciais. No decorrer da pesquisa, também foram valorizadas as questões que emergiram das observações advindas de práticas pedagógicas mobilizadas pelas diferentes linguagens, entre as quais se destacam para este estudo a educação física e a música. A intenção expressa nesta pesquisa é a de identificar os pressupostos de natureza didático-pedagógica, provenientes da prática, para refletir sobre as mediações que buscam um cuidar presente nos detalhes, superando a perspectiva maturacional, que incide sobre os bebês, e enxergá-los como sujeitos ativos em seus próprios processos de desenvolvimento, evidenciando a importância da valorização do cotidiano como um lugar, que apresenta potentes aprendizagens, e da produção de conhecimento. A realização deste estudo evidencia a importância de mais pesquisas que façam menção às práticas pedagógicas com a educação física, em seu atendimento com os bebês, de maneira a valorizar a docência com esta área de linguagem e popularizar sua atuação, debatendo suas vivências espaciais, no contexto da educação infantil.