O crescimento do comportamento sedentário (CS) vem gerando grande preocupação, sobretudo, entre os jovens universitários. A exposição excessiva ao CS tem sido apontada como potencial fator de risco para o desencadeamento de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs). Em virtude do cenário da pandemia da COVID-19, o mundo enfrentou um dos maiores desafios da história. Dessa forma, o objetivo do estudo foi investigar o impacto do comportamento sedentário, os níveis de atividade física e a prevalência de DCNTs na qualidade de vida de universitários em decorrência da pandemia da COVID-19. Participaram da pesquisa estudantes dos cursos de graduação da área da saúde, da Universidade Federal do Espírito Santo. A coleta de dados foi realizada em 2 etapas: primeira etapa, aplicação dos questionários dos Indicadores de Saúde e Qualidade de Vida de Acadêmicos (Isaq-A), Escala do Perfil do Estilo de Vida Individual em Tempos de Distanciamento Social e o Instrumento Baecke. A segunda etapa, avaliação da prevalência de DCNTs mediante a composição corporal, aptidão cardiorrespiratória e o perfil bioquímico pela análise de glicemia, colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos. A descrição e a análise dos dados foram realizadas pelos softwares GraphPad Prism 6.0. Dados expressos por frequências simples e relativas, medidas de posição e variabilidade e submetidos ao teste de Kolmogorov-Smirnov. A comparação dos grupos experimentais (positivo vs negativo COVID-19) foi realizada por test-t, complementada por Correlação de Pearson e o teste qui-quadrado para analisar a associação entre os parâmetros do perfil bioquímico. O nível de significância considerado foi de 5%. Os principais achados indicam que uma parte significativa dos acadêmicos é acometida pelo excesso de peso, níveis elevados de estresse e uma percepção negativa sobre sua condição de saúde em geral. Adicionalmente, a hipercolesterolemia também foi autorreferida por boa parcela de graduandos. Mais da metade dos participantes expressaram o desejo de reduzir sua massa corporal. Considerando o período de pandemia, nota-se que a maioria dos acadêmicos testou positivo para COVID-19. Ademais, essas condições, refletiram na saúde cardiovascular dos estudantes, com redução dos valores de VO2máx e distância percorrida, e também, em todas as variáveis lipídicas com associação estatisticamente significativa. O contexto atual tem um efeito negativo no estado de saúde e na qualidade de vida dos acadêmicos. Além disso, a COVID-19 impactou diretamente na saúde cardiovascular dos estudantes universitários.