Esta pesquisa foi pensada em virtude do desenvolvimento da emergente Cultura Digital em conexão com o uso crescente das Tecnologias Digitais em âmbito educacional, o que pode proporcionar novas possibilidades de ensino-aprendizagem, permitindo que os sujeitos explorem o conhecimento de forma mais autônoma, flexível, colaborativa, interativa e
personalizada, constituindo assim espaços “ecológicos” como próprios para se aprender. Essa pesquisa doutoral foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº CAAE 52423321.1.0000.5690, respeitando todos os aspectos éticos, metodológicos e científicos a que se propôs e tem como problema a ser investigado de que maneira se constituem as Ecologias de Aprendizagem na Educação Superior de Mato Grosso. Defende-se a Tese de que, com o uso mais intenso das Tecnologias Digitais, novos e outros entornos de aprendizagem são (re)criados e apropriados pelos sujeitos participantes da formação, constituindo-se nos elementos que estruturam as Ecologias de Aprendizagem. As Ecologias de Aprendizagem se configuram nesta Tese em uma perspectiva integradora com elementos catalizadores para aprendizagens em rede e coletivas, em espaço e tempo diversos, ensejando tanto aprendizagens formais como informais, por meio de atividades, recursos, relações e interações em rede, ou seja, têm a ver com os ‘trânsitos’ entre o virtual e o que não está nele. Desse modo, as EA se convertem em importante marco de análise sobre as formas e dinâmicas em que diferentes sujeitos, em coletividade, organizam e se organizam para aprender. O objetivo geral foi compreender e
analisar os elementos qu constituem as Ecologias de Aprendizagem no contexto da Educação Superior de Mato Grosso. O recorte desta pesquisa é a Educação Superior, com os cursos, disciplinas e participantes vinculados às ofertas durante o Ensino Remoto Emergencial. Nesta pesquisa, a abordagem é qualitativa com inspiração na metodologia Etnografia Virtual, que possibilita a observação das interações sociais online e offlline entre os sujeitos, compreendendo as possibilidades da internet e a implicação de seu uso no cotidiano. O arcabouço teórico foi
construído sobre conceitos fundamentais para este estudo, envolvendo discussões no campo científico e acadêmico, que abordam temas relacionados dentro do domínio investigado. A análise dos dados se alicerçou em três pilares estruturantes das Ecologias de Aprendizagem, a interação social e a mediação pedagógica; a circulação de materiais e constituição de saberes; e as Ecologias de Aprendizagem: lições (re)construídas. Como resultado, essa pesquisa oferece um substrato de possibilidades para a integração das Tecnologias Digitais nos processos de ensino-aprendizagem, indicando elementos estruturantes que constituem as Ecologias de Aprendizagem e que promovem uma Educação Superior mais dinâmica, colaborativa, comunicativa e interativa. Por fim, apresenta recomendações que podem ser pensadas e implementadas por todos os participantes, instituições, coordenações de cursos, docentes e estudantes, ampliando as potencialidades da educação na Cultura Digital.