Este trabalho propõe o uso da técnica de adsorção para a remoção de poluentes emergentes, comumente encontrados dissolvidos nas águas e esgotos, como é o caso de herbicidas e produtos farmacêuticos. Nesse sentido, os adsorventes obtidos foram preparados a partir do carvão ativado de resíduos vegetais, como o endocarpo da palmeira rainha (Syagrus romanzoffiana) para a remoção de 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), o fruto do guapuruvu (Schizolobium parahyba) para a remoção da atrazina e as sementes do caqui (Diospyros kaki) para a remoção de cetoprofeno. Os adsorventes foram denominados carvão ativado do endocarpo da palmeira rainha (QPPAC), carvão ativado da semente do caqui (PSAC) e carvão ativado do fruto do guapuruvu (GFRAC). De modo geral, as superfícies dos materiais apresentaram porosidade e alta área superficial, favorecendo a adsorção. Os valores da área superficial dos adsorventes foram de 782 mg2 g-1 (QPPAC), 1067 m2 g-1 (PSAC) e 981 mg2 g-1 (CAFG). Para o adsorvente QPPAC foram obtidos o pH ideal = 2 e a melhor dosagem de 0,5 g L-1 (remoção de 95,4%). Para o adsorvente PSAC, o pH = 7,0 e a dosagem de 0,43 g L-1 (remoção de 77 %), com capacidade de adsorção de 91 mg g-1. No GFRAC, as moléculas aderiram melhor à superfície do adsorvente em condições ácidas (pH = 2), resultando em uma dosagem ideal de 0,7 g L-1. Os modelos cinéticos que melhores se ajustaram aos dados foram o modelo de pseudosegunda ordem (QPPAC), o modelo LDF (PSAC) e o modelo de ordem geral (GFRAC). Para descrever os dados de equilíbrio, os modelos mais adequados foram o modelo de Langmuir, Freundlich e Tóth para os adsorventes QPPAC, PSAC e GFRAC, respectivamente. As capacidades máximas foram de 367,77 mg g-1 para o QPPAC, 211,5 mg g -1 para o PSAC e 229 mg g-1 para o GFRAC. Os estudos termodinâmicos apresentaram processo endotérmico e natureza espontânea para os materiais. Estudos de regeneração foram realizados e a capacidade de adsorção do QPPAC se manteve durante 7 ciclos. Para o estudo de dessorção com o GFRAC, a capacidade de adsorção aumenta até o 5º ciclo e depois diminui até que a adsorção não ocorra além do 12º ciclo. Também foi realizado estudo para avaliar o desempenho do adsorvente PSAC a partir de uma amostra do rio Jacuí contendo atrazina e os resultados apresentaram uma eficiência de remoção de 85%. Por fim, o tratamento de efluente simulado com o material GFRAC apresentou uma eficiência de 90% de remoção de efluente contendo cetoprofeno, ibuprofeno e sais. Desse modo, o carvão ativado preparado dos adsorventes QPPAC, PSAC e GFRAC mostraram-se materiais eficazes na remoção de herbicidas e produtos farmacêuticos em águas residuais.