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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
FILOSOFIA (33144010020P1)
Educação Presencial
A CATEGORIA DE LIBERTAÇÃO EM KARL MARX
EUCLIDES ANDRE MANCE
TESE
21/11/2024

A tese trata da categoria de libertação (Befreiung) nos textos originais de Karl Marx, em passagens selecionadas nos 43 volumes em alemão da MEW – Karl Marx, Friedrich Engels, Werke (Berlim: Dietz Verlag), publicados até junho de 2023. Essas passagens foram cotejadas, conforme o caso, com os respectivos originais em inglês, publicados na MECW – Marx & Engels Collected Works (Londres: Lawrence & Wishart), ou em francês, inglês e alemão publicados na MEGA² – Marx-Engels Gesamtausgabe (Berlim: Akademie Verlag e Dietz Verlag Berlin). A pesquisa investigou todas as ocorrências do radical composto “befrei-” no conjunto da MEW, identificando a articulação recorrente de termos com significado de libertação com alguns outros em particular. A partir disso, foi gerado um mapeamento lógico das categorias primárias e secundárias relacionadas à libertação. O estudo sistematizou os conteúdos das passagens principais, conectando-os entre si, e explicitou diferentes extensões e compreensões dessa categoria em seu emprego por Marx no conjunto de sua obra. A pesquisa mostrou que a categoria de libertação é central na trajetória da elaboração do autor e que a sua articulação recorrente e consistente com outras categorias primárias e secundárias confere unidade e coerência ao seu pensamento ao tratar da libertação em áreas diversas, sob distintos aspectos; a pesquisa possibilitou, especialmente, conectar de modo orgânico o conjunto dessas elaborações por suas próprias interfaces analíticas e estratégicas. Posto que toda libertação requer os meios de sua realização, cuja produção está socialmente condicionada, tem-se por consequência a impossibilidade da autolibertação dos indivíduos isoladamente; por outra parte, dado o caráter contraditório das sociedades de classe, é igualmente impossível a libertação de todos os seres humanos em conjunto, de uma só vez. Para o autor, a supressão da privação dos meios necessários à realização das liberdades de todos e de cada qual é efetivada, progressivamente, com a livre associação comunal dos trabalhadores que, apropriando-se das forças produtivas, libertam o seu potencial na criação abundante de meios de produção e de consumo para o atendimento das necessidades das comunidades humanas, contando com as capacidades de cada qual em proveito do livre desenvolvimento das individualidades de todos. Em sua abordagem, o mesmo movimento intrínseco de expropriação capitalista, gerador de monopólios, segue operando nessa última fase, em que a produção cooperativada, libertando o potencial das forças produtivas, avança progressivamente na expropriação dos expropriadores, atendendo a volumes crescentes de demandas sociais com a reprodução ampliada do valor econômico. Ocorre assim a libertação do valor, do trabalho e da indústria, em movimento histórico similar ao do fenecimento do sistema feudal e ao surgimento do capitalismo, porém agora na transição do sistema capitalista ao sistema comunal, mediado pelo socialismo como fase intermédia. Nesse movimento tem-se, progressivamente, a abolição do mercado e do Estado, por serem mediadores da alienação econômica e política das comunidades humanas; e, em seu lugar, firma-se o poder público (öffentliche Gewalt) não-estatal, assentado no poder econômico e social dessas comunidades (Gemeinwesen), onde se realiza efetivamente a universalidade da natureza humana comunal. Desse modo, a libertação das forças produtivas, com o desenvolvimento científico e tecnológico aplicado à economia, não somente avança na libertação do tempo humano de trabalho, isto é, na expansão do tempo livre (freie Zeit) para todos, como consolida as bases materiais para a realização das liberdades individuais e públicas, asseguradas por novas formações sociais de natureza democrática, organizadas livremente, que superam a contradição entre as classes sociais e conduzem à abolição destas.

libertação;libertação das forças produtivas;libertação excludente;libertação comunal;tempo livre;alienação
The thesis addresses the category of liberation (Befreiung) in the original texts of Karl Marx, in selected passages from the 43 volumes in German of the MEW – Karl Marx, Friedrich Engels, Werke (Berlin: Dietz Verlag), published until June 2023. These passages were compared, as needed, with the original texts in English published in the MECW – Marx & Engels Collected Works (London: Lawrence & Wishart), as well as with the French, English, and German texts, published in the MEGA² – Marx-Engels Gesamtausgabe (Berlin: Akademie Verlag and Dietz Verlag Berlin). The research investigated all occurrences of the compound radical “befrei-” within the MEW, identifying the recurring connection of terms with the meaning of liberation with certain others in particular. From this, a logical mapping of the primary and secondary categories related to liberation was generated. The study systematized the content of the main passages, connecting them to one another, and clarified different extensions and comprehensions of this category in its use by Marx throughout his works. The research demonstrated that this category is central to the author’s development and that its recurring and consistent articulation with other primary and secondary categories imparts unity and coherence to his thought when addressing liberation in various areas under different aspects; the research particularly enabled the organic connection of these elaborations through their own analytical and strategic interfaces. Since every liberation requires the means of its realization, which are socially conditioned, it follows that selfliberation by individuals alone is impossible; on the other hand, given the contradictory nature of class societies, the liberation of all human beings together, at once, is equally impossible. For the author, the suppression of the deprivation of the means necessary for realizing the freedoms of all and each individual is progressively achieved through the free communal association of workers who, by appropriating the productive forces, liberate their potential in the abundant creation of means of production and consumption to meet the needs of human communities, employing each individual’s capacities for the free development of all individualities. In this approach, the same intrinsic movement of capitalist expropriation, generating monopolies, continues to operate in this final phase, where cooperatively organized production, by liberating the potential of productive forces, progressively advances in the expropriation of the expropriators, addressing increasing volumes of social demands with the expanded reproduction of economic value. Thus, the liberation of value, labor, and industry occurs in a historical movement similar to the decline of the feudal system and the emergence of capitalism, but now in the transition from the capitalist system to the communal system, mediated by socialism as an intermediate phase. In this movement, there is a progressive abolition of the market and the state, as they mediate the economic and political alienation of human communities; and, in their place, a non-state public power (öffentliche Gewalt) based on the economic and social power of these communities (Gemeinwesen) is established, where the universality of communal human nature is effectively realized. Thus, the liberation of productive forces, with scientific and technological development applied to the economy, not only advances in the liberation of human work time, that is, in the expansion of free time (freie Zeit) for all, but also consolidates the material foundations for the realization of individual and public freedoms, secured by new democratic social formations, freely organized, that overcome the contradiction between social classes and lead to their abolition.
liberation;liberation of productive forces;excludent liberation;communal liberation;free time;alienation
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PORTUGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
O trabalho possui divulgação autorizada
Tese Euclides Mance.pdf

Contexto

Filosofia
ETICA E FILOSOFIA POLITICA .(ATIVA)
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Banca Examinadora

DANIEL PANSARELLI
DOCENTE - COLABORADOR
Sim
Nome Categoria
PAULO CESAR CARBONARI Participante Externo
DANIEL PANSARELLI Docente - COLABORADOR
CELSO LUIZ LUDWIG Participante Externo
FERNANDO COSTA MATTOS Docente - PERMANENTE
SUZE DE OLIVEIRA PIZA Docente - PERMANENTE

Financiadores

Financiador - Programa Fomento Número de Meses
FUND COORD DE APERFEICOAMENTO DE PESSOAL DE NIVEL SUP - Programa de Demanda Social 43

Vínculo

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Sim
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