Essa tese produziu 854 verbetes do vocabulário sertanejo dos cordéis de Franklin Maxado, escritor de Feira de Santana, Bahia, após responder a duas questões de pesquisa: Quais as contribuições que a sistematização do vocabulário sertanejo nas obras de Franklin Maxado pode oferecer para a documentação do acervo do referido autor? E em que medida o estudo do léxico de Franklin Maxado reflete a cultura e os costumes do homem sertanejo? O corpus foi delimitado a partir de três acervos de cordéis, que datam de meados da década de 70 até o ano de 2022. São 204 cordéis pertencentes à pesquisadora, 23 foram constituídos da biblioteca da Casa Museu do Sertão e 09 eróticos também do mesmo lugar, mas escritos sob o pseudônimo de K. Gay Nawara, totalizando 236 textos. As entradas dos verbetes foram selecionadas com a ajuda do programa AntConc, que listou as lexias e sua frequência nos textos do autor. A pesquisa está amparada pelos parâmetros da Lexicologia, Lexicografia e Metalexicografia (Biderman, 1978; 2001; Rey-Debove, 1984; Vilela, 1995; Barbosa, 2001; Porto Dapena, 2002; Isquerdo, 2006, Zavaglia, 2012, Barreiros 2017 e outros) para elaboração de obras lexicográficas e traz uma discussão sobre literatura popular, literatura de cordel, folclore, bem como as nomenclaturas cordel e folheto, a partir dos estudos sobre cultura, oralidade e cordel no Brasil e em Portugal, conforme Melo (2020), Abreu (1999), Rocha (1998), Aragão (2004), Mendes (2010), Lemaire (2010), Matos (2010), Santos (2010), Maxado (2012), Zumthor (2014) e outros. O Vocabulário de Franklin Maxado se revela como fonte significativa de informações históricas, políticas e socioculturais do sertão, a partir da linguagem regional, que evidencia um uso peculiar do léxico. Desse modo, essa pesquisa contribui para o entendimento, divulgação e preservação de costumes e valores culturais do sertanejo, manifestos através da língua.