Este trabalho investigou as estratégias de indeterminação do sujeito na fala de Luanda (Angola). O trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa “Em busca das raízes do Português Brasileiro: estudos morfossintáticos”, em sua fase III, do Núcleo de Estudos em Língua Portuguesa (NELP) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Esta pesquisa teve também como objetivo contribuir com a agenda de pesquisa do Núcleo supracitado sobre o fenômeno da indeterminação do sujeito na variedade angolana do Português e para isso foram utilizadas 32 entrevistas com falantes de Português como L1, de três faixas etárias em três níveis de escolaridade. Para a realização desse estudo, foram elencadas nove variáveis dependentes. A pesquisa compreendeu variáveis com sujeito lexical preenchido (nós, a gente, você, ele, eu); sem sujeito lexical preenchido com algumas delas consideradas estratégias canônicas pelas gramáticas tradicionais (o verbo na terceira pessoa do singular acompanhado da partícula “se” / (Ø+V+SE), o verbo na terceira pessoa do plural / (Ø+V3PP), o verbo no infinitivo (Ø+VINF), o verbo na terceira pessoa do singular (Ø+V3PS); as presenças das formas nominais (FN), a exemplo de o homem, o pessoal, entre outros. Foram também levadas em conta, as variáveis linguísticas (grau de indeterminação, função da indeterminação, tipo de frase, tipo de oração, flexão do verbo (SE), tempo e modo verbal, transitividade verbal, tipo de verbo, estrutura do núcleodopredicado,ausênciaepresençadepreposição,concordânciacomoargumentointerno do verbo (SE), posição do argumento interno do verbo, preenchimento do sujeito, mudança/manutenção do referente, forma antecedente/paralelismo, inclusão do falante e as variáveis sócio-históricas (sexo, faixa etária, escolaridade, língua de intercomunicação. Foi usado o método quantitativo com o suporte do programa estatístico Goldvarb X e as análises foram feitas à luz da Teoria da Variação e Mudança LABOV (1972) bem como foram considerados estudos sobre o fenômeno e os aspectos sócio-históricos marcados por intensos e sucessivos contatos na formação das variedades Africanas do Português. Este trabalho possibilitou uma caracterização do fenômeno variável na comunidade de Luanda com vistas à ampliação de debates com a comunidade científica sobre as realidades sociolinguísticas angolanas.